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UFS desenvolve biofilmes para “embalar” frutas frescas

Professores da Universidade Federal de Sergipe (UFS) estão desenvolvendo pesquisas sobre o uso de biofilmes para o revestimento de frutas. Esta prática aumenta a durabilidade das frutas em comparação com aquelas que não possuem a proteção. A coordenadora do projeto, professora Luciana Aquino, explica que os biofilmes são desenvolvidos com óleos essenciais. “São revestimentos que se pode colocar em qualquer tipo de alimento. Trata-se de uma solução líquida que se pode incorporar em frutas, carnes e alimentos em geral. A pessoa deixa esse alimento em contato com o biofilme e ele fica protegido”, explica.

Os primeiros testes foram feitos com a goiaba e o morango. De acordo com a pesquisadora Luciana Aquino, os resultados foram positivos. Com o revestimento do óleo essencial uma goiaba, que normalmente dura cerca de cinco dias, pode durar 10 dias sem qualquer contaminação microbiológica. Luciana explica que, em vez de se usar plástico para embalar a fruta, o revestimento natural oferece muitos benefícios para os consumidores e comerciantes. A professora revela que o estudo trará grandes benefícios para o mercado sergipano.

Ainda não há uma previsão para comercialização dos produtos, pois é preciso muitos testes com os biofilmes. “Sempre tentamos trabalhar com óleos que tenham grande potencial e que não necessitem de grande quantidade do óleo para o revestimento. Ainda não fizemos a análise sensorial porque os óleos precisam ser certificados de que não são tóxicos para o consumo humano”, explica a pesquisadora. Outro desafio apontado pela pesquisadora é a atração de empresas para a comercialização do produto final. “Infelizmente a gente não tem na universidade muitas parcerias com a indústria e com empresários que queiram investir nos produtos desenvolvidos”.

Pesquisa semelhante

Pesquisa semelhante é desenvolvida na Faculdade de Engenharia de Alimentos da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Nos grupos de pesquisa das professoras Miriam Dupas Hubinger e Florência Cecilia Menegalli o desafio é conseguir embalagens baratas, práticas e não poluentes, além de fáceis de produzir. A diferença é que lá o estudo visa desenvolver embalagens biodegradáveis e coberturas comestíveis para frutas secas. “Nossas coberturas aliam dois benefícios: a praticidade para quem vai consumir, já que a fruta está prontinha, descascada e cortada, e o aspecto saudável do alimento”, diz Miriam.

A pesquisadora paulista explica que suas coberturas funcionam como uma barreira, conservando a água e os sais minerais da fruta, protegendo-a de microrganismos e do contato com o ar. Simplicidade foi uma das razões que levaram Miriam a trabalhar com coberturas à base de farinha de fécula de mandioca na forma de gel. A concentração desse material para formar uma cobertura é menor do que a usada para fazer um filme sólido, semelhante ao plástico, que necessita da adição de agentes plastificantes para ficar flexível. “Privilegiamos o custo, a disponibilidade e a facilidade no preparo da cobertura, em uma farinha que se gelatiniza a baixas concentrações e não altera o sabor dos alimentos”, explica Miriam.

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