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Sepultadas em Dores as duas vítimas da queda da caixa d’água

A enorme caixa d'água caiu sobre as crianças que brincavam no pátio da escola

Foram sepultadas nesta terça-feira, em Nossa Senhora das Dores, as duas crianças que morreram durante a quebra de uma caixa d’água da Companhia de Saneamento de Sergipe (Deso). Outras quatro vítimas do acidente seguem internadas no Hospital de Urgência de Sergipe, em Aracaju. Sem manutenção há muito tempo, o equipamento desabou, ontem à tarde, sobre o pátio interno de uma escola pública na zona rural daquele município. A estatal informou que está apurando o desabamento da caixa.

O prefeito de Dores, Thiago de Souza, decretou luto oficial por três dias. Segundo ele, a Deso já havia sido alertada sobre a falta de manutenção da caixa d’água do povoado Campo Grande, contudo não adotou qualquer providência para recuperá-la e, consequentemente, evitar o trágico acidente. Além das duas mortes, outras 16 feridas crianças ficaram feridas, sendo que quatro em estado delicado. Em nota, o governador Jackson Barreto (PMDB) lamentou o acidente fatal e disse ter orientado a Deso para oferecer toda assistência às vítimas e suas famílias.

Em nota, o Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Purificação e Distribuição de Água e Serviços de Esgotos de Sergipe revela que o acidente com a caixa d’água poderia ter sido evitado, mas a Deso não levou em consideração as advertências sobre a precariedade do equipamento. Veja, abaixo, a posição do SINDISAN:

NOTA PÚBLICA

Diante do acidente ocorrido na tarde de ontem (06), com a queda de uma caixa d’água no telhado da Escola Municipal Professor Osman dos Santos Oliveira, no Povoado Campo Grande, município de Nossa Senhora das Dores, e que ceifou a vida de duas crianças e deixou várias outras feridas, o SINDISAN – Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Purificação e Distribuição de Água e Serviços de Esgotos de Sergipe – vem a público lamentar profundamente o ocorrido, que vitimou crianças, mas poderiam ter sido vítimas populares ou mesmo trabalhadores da própria Companhia.

Para o SINDISAN, o acidente em Dores poderia ter sido evitada. Há tempos que a direção do Sindicato vem alertando à direção da Deso sobre as precárias condições estruturais e de trabalho em várias de suas unidades, algumas na Capital e muitas no Interior, em especial, a situação perigosa de vários reservatórios elevados.

Não foram poucos os alertas que a direção do SINDISAN fez, após as visitas rotineiras que faz às regionais da Deso, sobre esta situação, em especial, mostrando a precariedade de várias estruturas através de fotos, denunciando a situação no seu site e no boletim informativo Água Quente, sempre cobrando providências urgentes da Companhia e alertando que um grave acidente poderia ocorrer a qualquer momento.

Alertas semelhantes foram feitos pelo Sindicato a respeito das estruturas das adutoras, lembrando que a Deso, há alguns anos, mantinha uma equipe de manutenção preventiva percorrendo toda a extensão das adutoras. Essa equipe foi simplesmente extinta por “contenção de despesas”. Pouco tempo depois, a ponte de Pedra Branca, por onde passa a Adutora do São Francisco, ruiu por falta de manutenção, colapsando o sistema de abastecimento de água da Grande Aracaju.

Importante ressaltar que o SINDISAN também sempre alertou a sociedade sergipana sobre o crescente processo de sucateamento e de desvalorização da Deso, governo após governo, com o propósito escuso de inviabilizar a Companhia e preparar o cenário para sua possível privatização, o que está sendo feito, neste momento, pelo Governo do Estado.

Infelizmente, diante desse contexto nefasto de sucateamento e da inércia de alguns, vidas se perderam. Não podemos mais aceitar que esta realidade perdure.

Neste sentido, o SINDISAN vem cobrar da direção da Deso investigação imparcial sobre as causas do acidente, punição dos responsáveis e que a Companhia execute, imediatamente, uma completa vistoria em todos os seus reservatórios e que o Governo do Estado, acionista majoritário da Deso, faça a sua parte e busque recursos federais para a recuperação das unidades que necessitam de reformas urgentes.

A Direção do SINDISAN

 

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