Além de serem as principais responsáveis pelas atividades domésticas, a maioria das mulheres brasileiras (52%) está na População Economicamente Ativa. Segundo pesquisa da Fundação Perseu Abramo, 245 das entrevistadas deixaram de trabalhar para cuidar dos filhos e assumir o trabalho doméstico.
Outro dado interessante do estudo é que 19% das entrevistadas se disseram a principal responsável “pelo sustento da casa e da família”. Somadas a outras mulheres indicadas (sobretudo as mães), quase um terço dos domicílios, ou seja 30%, tem uma mulher como principal provedora.
A consulta apurou ainda que a jornada semanal média de trabalho doméstico das mulheres brasileiras é de 29 horas e 21 minutos, somando-se o tempo dedicado a serviços de limpeza, cozinhar, lavar e passar roupa, cuidado com crianças e com pessoas idosas ou doentes.
Os homens entrevistados informaram que consomem semanalmente apenas 8 horas e 46 minutos com trabalhos domésticos, ou seja, de três a quatro vezes menor que a das mulheres.
Outra contradição deste início de século XXI complica a busca por isonomia salarial entre homens e mulheres. Elas estudam mais que os homens, ocupam mais assentos em universidades, mas não se nota esse benefício nos salários quando avançam na carreira e envelhecem. De acordo com o IBGE, as diferenças de renda entre homens e mulheres são maiores nos municípios com até 50 mil habitantes, onde os homens ganhavam, em média, 47% a mais do que as mulheres.