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Usina de Laranjeiras terá que restaurar Igreja histórica

Capela Engenho Jesus, Maria e José se encontra isolada em meio ao canavial

A Usina São José do Pinheiro, localizada em Laranjeiras, terá que restaurar e conservar a Capela Engenho Jesus, Maria e José, situada nas terras do empreendimento canavieiro. A obrigação foi determinada pela Justiça Federal em atendimento a ações do Ministério Público Federal (MPF) e do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). A reforma do templo religioso deve ser executada nos moldes estabelecidos pelo Iphan.

O relator do processo, desembargador federal Edilson Nobre, destacou a capacidade financeira da Usina para realizar a recuperação da Capela, pois trata-se de  “um empreendimento industrial de grande porte na fabricação de açúcar cristal, possuindo um capital integralizado de RS 108 milhões. Sendo assim, não se deve transferir à sociedade, representada pelo Iphan, os encargos com a recuperação do patrimônio”, decidiu.

Na decisão, o magistrado também determinou que o Iphan faça, em 60 dias, um novo levantamento físico e um prognóstico atual para a recuperação do templo tombado, por parte do Iphan, no prazo de 60 dias.  A usina São José do Pinheiro não poderá criar embaraços à atuação dos técnicos responsáveis pela avaliação e terá que conservar a Capela após a conclusão das obras.

Histórico

Do antigo engenho, resta apenas a Capela Engenho Jesus, Maria e José se encontra isolada em meio ao canavial, destaca‐se devido às suas proporções imponentes e por estar implantada em uma cota mais elevada do sítio. Encontra‐se em ruína e totalmente cercada por densa vegetação, encobrindo grande parte das fachadas. Internamente, o templo está desprovido de todo o seu acervo, que contava com diversos elementos trabalhados em talha: dois pequenos altares laterais, púlpito, arco‐cruzeiro e altar‐mor.

A capela possuía forro debitado ao pintor baiano José Teófilo de Jesus, executado, provavelmente, na década de 1840, tendo por tema a Sagrada Família. Hoje permanecem apenas as alvenarias, que ainda registam a imponência desta capela. Sua fachada principal está delimitada por duas torres que têm terminação em bulbo com revestimento em azulejos. Possui uma única porta de acesso com ornamentação acima da sobreverga e cinco janelas ao nível do coro, providas de ornamentos nas cercaduras. Uma cimalha delimita o corpo da fachada, encimada por frontão arrematado com volutas e um pequeno óculo no tímpano.

Internamente, sua planta repete a distribuição espacial comum a outras capelas de engenho de Sergipe. A nave é cercada por corredores laterais que fazem a ligação entre as torres e as duas sacristias existentes nas laterais da capela‐mor. No pavimento térreo, estes corredores laterais abrem‐se para o exterior, através de três arcadas que se encontram, atualmente, parcialmente vedadas. Através do segundo pavimento, se tem acesso às tribunas e ao coro. Na nave, restam os registos do coro, das tribunas e de um púlpito ao lado da Epístola.

Próximo ao arco‐cruzeiro, incrustados nas paredes laterais da nave, havia dois altares. Na capela‐mor, hoje vazia, chama a atenção uma grande janela que se comunica com a sacristia ao lado do Evangelho, a qual, provavelmente, era vedada por uma treliça, para resguardar membros da família do proprietário do engenho que dali assistiam ao culto. Por seu valor histórico e arquitetónico, esta capela foi classificada pelo IPHAN em 1943, incluindo todo o seu acervo, hoje inexistente.

Nº do Processo: 0801157-19.2014.4.05.8500

Crédito: Mapio.net

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