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Sobradinho terá vazão reduzida

Aumento da vazão visa permitir o tráfego da Canoa Luzitânia pelo Rio São Francisco

Ante a impossibilidade de chuvas pelos próximos dias, e pela continuada queda do volume útil do reservatório da Barragem de Sobradinho, o ministro das Minas e Energia, Edson Braga, disse que vai solicitar do Operador Nacional do Sistema (ONS) que reduza ainda mais a vazão de Sobradinho. A medida visa garantir o mínimo de geração de energia para os complexos hidrelétricos de Itaparica, Paulo Afonso e Xingó, que responde por 58% de toda energia gerada na região Nordeste.

A possibilidade de uma redução, considerada drástica, vai impactar não só a situação do perímetro de irrigação dos municípios de Juazeiro (BA) e Petrolina (PE), mas principalmente na qualidade da água usada para abastecimento humano e animal da população de todos os municípios situados após a barragem (a jusante) de Sobradinho até próximo à foz no Oceano Atlântico. Por isso mesmo, na opinião do presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do São Francisco, Anivaldo Miranda, deve-se buscar outras maneiras na administração das águas de Sobradinho.

A proposta de redução da vazão, hoje em 900 metros cúbicos por segundo, segundo última decisão do ONS em 31 de outubro, para 400 m³/s teria sido feita pelo ministro das Minas e Energia, Edson Braga, na última sexta-feira, ante a situação alarmante da falta de água do Rio São Francisco. Trata-se de uma condição extrema para garantir o mínimo de água para o reservatório de Sobradinho. O ministro teria afirmado que irá pedir ao ONS para que avalie a possibilidade dessa redução.

Na prática, uma redução de 900 para apenas 400 metros cúbicos por segundo de vazão significa menos de um terço do volume mínimo que Sobradinho teria de entregar em condições normais, com 1.300 metros cúbicos por segundo. “A vazão atual está em 900 metros cúbicos, mas já decidimos reduzir para 800”. Segundo o ministro, “o pior cenário é zerar. Faremos o possível para evitar isso”, garantiu.

Chesf quer 800 

Nos últimos boletins referentes à quinta e sexta-feiras, do ONS, Chesf e da Agência Nacional de Águas (ANA) o reservatório da Barragem de Sobradinho estava com 3,5% do volume útil, que é de 28,6 bilhões de metros cúbicos de água. A Barragem de Itaparica estava com 9,8% e Três Marias, em Minas Gerais, 12,3%. Sobradinho é responsável por 58% do acúmulo de de água  para geração de energia no São Francisco, enquanto Três Marias responde por  31,02% e Itaparica por 6,6%.

Apesar da decisão do ONS de reduzir  a vazão de Sobradinho para 900 m³/s no final de outubro, a Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf) apresentou pedido para reduzir a vazão do rio São Francisco para 800 m³/s nos reservatórios de Sobradinho (BA) e Xingó (AL). O pedido foi formalizado no início do mês, dois dias após a reunião da Agência Nacional de Águas (ANA), em Brasília.

O ofício que formalizou o pedido foi assinado pelo superintendente de Operação da Chesf, João Henrique de Araújo Franklin, propondo reduzir o nível do Rio São Francisco, em média, em 15 centímetros no trecho Sobradinho/Itaparica, e em 20 centímetros no trecho Xingó/Foz, conforme consta no próprio documento oficial, para que comece a vigorar no início de dezembro. O pedido da Chesf ainda será analisado pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama). A vazão em Sobradinho e Xingó caiu de 1.300 m³/s  para 900 m³/s.

Para o presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco, Anivaldo  Miranda, qualquer redução da vazão abaixo dos atuais 900 m³/s é prejudicial a todos, do irrigante à população que se abastece do rio. Para Anivaldo, será uma decisão precipitada, pois ainda está em vigência o período chuvoso.  “O Comitê considera recomendável adiar qualquer decisão sobre novas reduções, pelo menos até o final do período úmido, que começa a partir de novembro, na região das cabeceiras do São Francisco”, opinou.

Fonte: Tribuna da Bahia (Crédito/nascimento.com.br)

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