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Segunda Guerra em Sergipe e o Bagé

Por Eduardo Marcelo Silva Rocha *

Para nós Sergipanos os torpedeamentos ocorridos em nossa costa nos dias 16 e 17 de Agosto de 1942 são os eventos desta natureza que nos chamam mais a atenção, tanto pelo efeito que causou na rotina dos nossos povos litorâneos, quanto pela quantidade elevada de vítimas em comparação com os demais envolvidos na Batalha do Atlântico Sul.

Mas houve, por exemplo, pelo menos um outro navio afundado em nossa costa: o cargueiro Bagé. De propriedade do Lloyd Brasileiro, tratava-se de uma embarcação de aptidão mista, transportava passeiros e cargas. Aparentemente era, dentre as embarcações vítimas dos submarinos alemães e italianos, o de maior capacidade de carga.

De fabricação alemã, esteve em operação por mais de 30 anos. Foi atacado na noite do dia 31 de Julho de 1943, pelo submarino alemão U Boot como fim de um evento que causou espécie dentro da administração da Batalha do Atlântico Sul.  Aos fatos.

No contexto da citada batalha, o trânsito de navios ocorria de forma comboiada,  escoltada por guarnições militares preparadas para o embate com os subarinos. A fração que o Bagé integrava, seguia de Trinidad para o Rio de Janeiro, mas à altura do nosso Estado, o estoque de carvão Cardiff (importado da Inglaterra) acabou e o barco então, tendo que usar carvão de menor qualidade, passou produzir quantidade maior de fumaça, do que lhe foi determinado pelo comandante da escolta abandonar a formação pois o excesso de fumaça comprometeria a segurança da  formação.

Assim, ficando em condição de escoteiro, o Bagé passou a contar apenas com a própria sorte, uma vez que sozinho, sem apoio de nenhum “caça pau” ou “caça ferro” – apelido dado às embarcações de caça submarina – passou a ser somente um alvo indefeso.

Dada a nova condição, o Bagé alterou seu curso, aproximando-se um pouco da costa. O Capitão-Tenente August Maus, que liderava  o U 185 (U boot) percebeu e explorou tal fragilidade, atacando e pondo-o à pique em minutos, há algumas dezenas de milhas náuticas de Aracaju. A certeza da ausência de defesa era tanta, que o mesmo ainda deu-se a observar e registrar o desespero dos náufragos na luta pela vida, logo após o afundamento do Bagé.

Relata-se que pelo menos três baleeiras (ou balsas) conseguiram chegar à costa, sendo que uma alcançou a praia na região de São Cristóvão e uma outra encalhou na região da Praia da Boa Viagem (Praia do Saco do Rio Real).

A região oceânica na foz do Rio Real ficou marcada como uma região de submarinos do Eixo. Não sendo incomum encontrar o termo “massacre do Rio Real” relacionado aos afundamentos naquela região. É fato que concentração/saturação militar estava na região mais próxima do continente africano.

Outras questões que merecem lembrança são a pouca comoção gerada em comparação aos torpedeamentos de 1942, quando a população aracajuana entrou em polvorosa e os efeitos negativos à economia do Estado, uma vez que sendo a navegação um componente importante, o medo dos navios em Sergipe reduziu o trânsito destes e, por conseguinte  o movimento de passageiros e bens de consumo.

Enfim, nosso Estado foi muito afetado pela Batalha do Atlântico, esta que ainda duraria até 1945, mantendo as populações litorâneas apreensivas, com medo de ataques dos submarinos, não somente às embarcações, mas também contra as comunidades.

Eu, Januária Pereira d Silva Rocha, casada, CPF nº …………….., Carteira de Identidade nº. ……………………., graduado em Letras pela Universidade Federal de Sergipe , portador do diploma de nº ……………., devidamente registrado no Ministério da Educação, declaro para a UFS que revisei o trabalho em anexo, intitulado “”, de Eduardo Marcelo Silva Rocha .

Declaro ainda que o presente trabalho de conclusão de curso encontra-se de acordo com as normas ortográficas e gramaticais vigentes.

Aracaju, 30 de Junho de 2022

* É tenente-coronel da Polícia Militar de Sergipe.

 

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