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Produção de alimentos é recorde

Irrigação e tecnologia permitem a produção de vários alimentos nos perímetros da Cohidro

Levantamento feito nos seis perímetros irrigados mantidos pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) mostrou uma produção anual na ordem de 119.049 toneladas de alimentos em 2015, novo recorde que supera em quase 4 mil toneladas a do ano passado, um alta de 3,28%. O Perímetro Califórnia, em Canindé de São Francisco, continua sendo o que mais produz: 40.419 toneladas, mas o maior aumento percentual foi registrado no Perímetro Piauí, de Lagarto, 11,5% a mais de alimentos gerados. Neste último, a alta que mais se destacou foi na produção de quiabo: 1.116 toneladas, 216 a mais em um ano.

Embora 2015 tenha sido um ano de crise econômica, a produção dos seis perímetros irrigados foi avaliada como positiva, com um valor aproximado de R$ 112 milhões, R$ 7 milhões acima do registrado em 2014. Se este valor fosse igualmente dividido entre os 14.355 trabalhadores rurais, empregados e familiares, ou seja, toda população diretamente envolvida, seria extraída a rentabilidade de R$ 7.810 per capita/ano, sem considerar os custos de produção. Mas analisando que o maior dos custos, para estes produtores, é a contratação de mão de obra complementar à familiar, é possível prever que quase a totalidade desta riqueza gerada se converta em renda direta.

O sistema de irrigação pública possibilita uma produção agrícola que tanto é continuada, onde se planta durante todo ano, quanto de baixo custo para o agricultor irrigante. Isso reduz o preço final dos alimentos e reflete diretamente no bolso da população sergipana, conforme o último estudo do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), publicado em dezembro. Segundo o informe, em Aracaju se adquire a cesta básica mais barata (R$ 291,80) dentre as 18 capitais pesquisadas pela instituição no Brasil, posição que a cidade ocupa desde 2009.

Risco mínimo

Diretor de irrigação e desenvolvimento agrícola da Cohidro, João Quintiliano da Fonseca Neto explica que, para o agricultor irrigante, o risco para plantar nos perímetros irrigados é mínimo, diante de toda estrutura disponibilizada para tal. “Mesmo que ele passe a custear os 50% dos gastos de energia elétrica para o bombeamento de água para irrigação, o que estamos propondo aos produtores para 2016. Ainda assim existe toda uma estrutura física e de pessoal para atendê-lo, seja na parte da engenharia hídrica, seja na assistência técnica rural. E isso quem mantêm é o Governo do Estado, como forma de incentivo à agricultura irrigada”.

Assistência técnica

Além do acompanhamento técnico de todos os irrigantes, a Empresa beneficia produtores por meio de convênios, com campos experimentais para introduzir frutas exóticas ao nosso clima como a Pera, o Caqui e a Maçã em Lagarto, ou ainda Banana-Prata Anão, no Alto Sertão. Mas no Centro-Sul a Cohidro também tem incentivado a rentável atividade da produção Pimenta-do-Reino, a Hidroponia, métodos de cultivos protegidos e cedeu espaço físico, irrigação e assistência técnica para projeto de Farmácia Viva de plantas medicinais, junto da Universidade Federal de Sergipe (UFS), no Perímetro Irrigado Piauí.

Estima-se ainda que das 119 mil toneladas geradas em 2015, ao menos mil sejam certificadas como alimentos produzidos sem o uso de agrotóxicos por 24 agricultores orgânicos organizados e regularizados pela Cohidro. Segundo a gerente de desenvolvimento agrário da Companhia, Sonia Maria Souza Loureiro, são metas e prioridades estabelecidas, pelo Governo do Estado, fundamentar a atividade humana coletiva através de associação, cooperativas e parcerias dentro destes perímetros.

“Nesse sentido, é necessário orientar e executar ações solidárias destinadas a promover o desenvolvimento das comunidades rurais, envolvendo todos os segmentos do poder público e irrigantes. Tal medida oferecerá às populações rurais melhores condições de atuarem no processo de produção, objetivando aumentar a renda dos agricultores familiares e dar reais condições de inclusão e competição no mercado sergipano”, estabeleceu Sônia Loureiro, também engenheira agrônoma da Cohidro. Ela informa ainda que nas quase 1,2 mil visitas técnicas realizadas aos lotes irrigados no ano, foram emitidos 553 Receituários Agronômicos e 48 Boletins Agrometeorológicos, via às estações de medição nos perímetros.

Para o presidente da Cohidro, Mardoqueu Bodano, os resultados alcançados na produção dos perímetros irrigados são mais do que números positivos. “É a prova de que é possível gerar riqueza apesar da economia em crise para todos os setores e ainda, no caso do agricultor Sergipano, da estiagem que já interfere na produção em todo Nordeste. Isso nos faz perceber que estamos no rumo correto e a partir destas informações, fica mais fácil irmos atrás da captação recursos para a agricultura familiar, parcerias e convênios para beneficiar o homem do campo. Muito obrigado, aos nossos técnicos e colaboradores, diretamente responsáveis por este atendimento a estas pessoas, estão fazendo um ótimo trabalho”.

Lagarto

A posição de sétimo produtor nacional de Mandioca, auferido ao município de Lagarto pelo IBGE, também repercute na produtividade do Perímetro Piauí. Em 70 hectares foram colhidos 1,4 mil toneladas da raiz e a produção é praticamente toda beneficiada nas mais de 20 casas de farinha instaladas na área do pólo agrícola irrigado. Embora a produtividade do Quiabo tenha crescido quase 20% em um ano, foi o Tomate o responsável pelo maior volume produzido no Perímetro: 1.595 toneladas em 29 hectares de plantio, 18% das 8,8 mil toneladas de alimentos geradas com a irrigação da Cohidro nesta das suas unidades.

Para a gerente Perímetro Piauí, Gilvanete Teixeira, é o investimento em tecnologia que está contribuindo com o alto rendimento de culturas como o Tomate. “São alimentos de difícil manejo de produção, por não resistir ao ataque de diversas doenças, pragas e frágil para muita chuva ou sol. Mas o que é dificuldade para alguns, acaba sendo um diferencial para outros, que aproveitam a demanda do mercado para investir em métodos que vão desde lavouras forradas de lonas plásticas que impedem o contato do fruto com o solo, até plantações inteiras cercadas de telas de proteção que barram os insetos, raios UV e diminuem o impacto da chuva nas plantas”.

Alto Sertão

No Perímetro Irrigado da Cohidro em Canindé a produção anual, que superou as 40 mil toneladas em 2015, ainda tem como maiores responsáveis o Quiabo e a Goiaba, juntos os vegetais correspondem a 61,7% do total, ocupando 1.154 hectares de plantio irrigado. Porém, ganhou destaque no mesmo período o cultivo de Feijão de Corda, com uma área 165 hectares maior teve colheita de 2.140 toneladas, 30% acima do registrado em 2014. Outros produtos bastante cultivados no Califórnia, como o Aipim e o Milho em espiga, continuam tendo aumento na produtividade, chegando as 7.100 e 2.930 toneladas respectivamente, 5,4% a mais em um ano.

Itabaiana

Jacarecica I e Poção da Ribeira são os dois perímetros irrigados administrados pela Cohidro no município. Em ambos, existe grande atividade na produção de hortaliças que abastecem boa parte do mercado interno e diariamente chega à capital baiana Salvador. Principalmente a Alface e o Coentro, que tiveram 10.812 e 4.644 toneladas colhidas respectivamente durante o ano em ambos. A Batata-doce é outro alimento produzido em larga escala nos dois pólos de irrigação, somando 7.740 toneladas produzidas, 3,5% a mais que em 2015. No somatório de todas as culturas, a irrigação pública propiciou uma colheita superior a 29 mil toneladas de alimentos em Itabaiana.

Na busca de manter o potencial produtivo destas unidades sem que elas sejam afetadas pela gradativa redução da água disponível para a agricultura, uma completa reestruturação dos dois perímetros irrigados está sendo possibilitada pelo Programa Águas de Sergipe (PAS). Todo sistema de irrigação será trocado para um modelo mais eficiente e econômico: a Microaspersão e serão instaladas válvulas 100% automatizadas, que restringem o uso abusivo de água na irrigação. Sem esse controle o problema ocorre com frequência, segundo o Engenheiro Agrônomo e mestre em Irrigação e Drenagem da Cohidro, Luiz Gonzaga Luna Reis.

“Hoje, com o uso da Aspersão Convencional, o consumo mensal de água no Perímetro da Ribeira, por exemplo, é de 3.200 metros cúbicos por hectare. Com a implantação da Irrigação Localizada (Sistema de Microaspersão), esse consumo diminui para 1.200. Todo processo vai promover uma folga de vazão nos sistemas de bombeamento, da ordem de 44,35% na Ribeira, e de 27,71% em Jacarecica I”, conta Luiz Gonzaga sobre o PAS, que investirá R$ 12 milhões, financiados pelo Banco Mundial, nas ações que envolvem a Cohidro.

Leite

Em Tobias Barreto o Perímetro Jabibieri focou sua aptidão à criação de gado leiteiro, quando, em 2010, a assistência técnica e irrigação pública da Cohidro, consultoria do Sebrae e financiamento do Bando do Brasil, inseriram no Pólo De Irrigação o modelo de produção de leite do “Programa Balde Cheio”, criado pela Embrapa. Após os dois anos introdutórios do programa, o resultado do Balde Cheio foi de 40 produtores que aderiram ao sistema, segundo o Gerente do Perímetro, Jose Reis Coelho.

“Hoje eles produzem juntos uma média diária de 3,7 mil litros de leite, 73% a mais do que era gerado no início do programa”, contabilizou Coelho. A produtividade, ano a ano, só tem crescido e em 2015 foram gerados 1.342.795 litros de leite, 8,7% a mais que no ano anterior. Ainda segundo o técnico da Cohidro, o investimento em melhoramento genético do rebanho e a qualificação das práticas adotadas pelos criadores têm influenciado nessa melhoria.

Diferente do Poção da Ribeira, Jacarecica I, Piauí e Califórnia, no Perímetro de Tobias Barreto a irrigação pública vai da Barragem no Rio Jabiberi até os lotes por meio da gravidade, sem consumir eletricidade. De canais de concreto os produtores, por contra própria, bobeiam a água que irriga o capim do gado leiteiro.

Jacarecica II

Outro perímetro irrigado da Cohidro em que não há custos com o bombeamento da água para o Estado é o Jacarecica II, onde seus 25 quilômetros adutoras atendem produtores dos municípios de Riachuelo e Malhador. É a segunda unidade mais produtiva da Companhia, alcançando as 39.238 toneladas colhidas em 2015. Destas, 34.720 foram provenientes do cultivo de cana-de-açúcar, em seus 12 lotes empresariais. No restante das áreas atendidas, 609 famílias assentadas em projetos de reforma agrária produziram principalmente o Inhame, o Aipim e a Batata-doce, 1.240, 660 e 450 toneladas no ano, respectivamente.

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