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Hospital superlotado

Pelos corredores do Hospital de Urgências de Sergipe (Huse), o maior e mais importante do estado, circulam diariamente cerca de 500 pacientes. São usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) que procuram a unidade pelos mais variados motivos. Para se ter uma ideia, somente no último mês foram 12.702 pacientes assistidos, como mostram os dados contabilizados pelo Sistema de Gerenciamento de Unidades de Emergência.

Um número alto. Porém, o que chama uma atenção são os registros de casos de baixa complexidade que ainda chegam ao hospital. “Contabilizamos, por exemplo, 214 pacientes com dor de cabeça e 46 com inflamação de garganta. São situações mais simples, que, claramente, deveriam ser tratadas na Atenção Básica, com as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e postos de saúde municipais”, esclarece a superintendente, Lycia Diniz.

Ainda no mês de março, 203 pacientes procuraram o Huse por causa de dor no ouvido, dois com resfriado, quatro com unha encravada, 61 devido à tontura, 83 com vômitos e 25 com tosse.

“Como a unidade adota o regime porta aberta, como preconiza o Ministério da Saúde (MS), o Huse recebe a todos, sem distinção, oferecendo o melhor serviço possível. No entanto, esta demanda exacerbada na Ala Azul (área de triagem) gera superlotação e dificulta a fluidez do atendimento, que deveria ser focado na média e alta complexidade. Mesmo assim, todos os pacientes recebem toda a assistência”, explica.

Investe na Rede

A Secretaria de Estado da Saúde (SES), por meio da Fundação Hospitalar de Saúde (FHS), tem investido em toda Rede Hospitalar Estadual, inclusive nos hospitais regionais, na tentativa de desafogar o serviço do Huse.

Mesmo com os notórios avanços (há fins de semana em que os Hospitais Regionais de Lagarto e Itabaiana, por exemplo, atendem mais que o Huse), ainda existe dificuldade do usuário em conseguir assistência rápida e de qualidade em casos menos complexos, que poderiam ser resolvidos nas unidades de saúde dos municípios.

“A saúde precisa funcionar em todas as esferas, desde a Atenção Básica com o trabalho dos agentes comunitários, a oferta de exames e o atendimento de urgência e emergência. Se não for desta forma, um acaba comprometendo o outro. Na maioria das vezes em que o Pronto Socorro do Huse registra superlotação, boa parte dos atendimentos é de baixa complexidade, que não é o foco dele. Isso ocasiona, também, um aumento de custos de recursos humanos e de insumos muito acima do planejado. Quem sai perdendo, claro, é o usuário, que quer e merece receber um serviço público de qualidade”, avalia o diretor geral da Fundação Hospitalar, Hans Lobo.

Atendimento em Aracaju

O Hospital de Urgências de Sergipe também registra um alto número de atendimento a pacientes procedentes da própria capital. Nos três primeiros meses do ano, 11.576 aracajuanos receberam algum tipo de assistência na unidade. Os pacientes foram oriundos de 55 bairros da capital, o que demonstra a abrangência do serviço.
“O Huse é democrático. Recebe a população sergipana de forma geral. Se chegar à porta, a pessoa será bem atendida e terá os cuidados necessários”, ressalta a superintendente Lycia Diniz.

A população do Bairro Santos Dumont foi a que mais necessitou de atendimento; foram 610 pessoas entre os meses de janeiro e março. O ranking é seguido pelo Bairro América, com 480 pacientes; o Santa Maria, com 430; Bugio, com 359; Siqueira Campos, registrando 249 pacientes atendidos; Novo Paraíso, com 242 pessoas; Bairro Olaria, 225; Lamarão, foram 223; Cidade Nova, com 213 pessoas atendidas; Bairro Industrial, com 213; e Jardim Centenário, onde 53 pacientes foram atendidos no Huse.

Com menor demanda, mas, ainda assim, necessitando da assistência em saúde ofertada pelo Hospital de Urgências, é possível observar os Bairros Grageru, com 29 atendimentos; Augusto Franco, com 22 pacientes nos três primeiros meses de 2016; Capucho, com 21; Robalo, com 11; Bairro 13 de Julho, com 21 pacientes atendidos; e Castelo Branco, com 16 pessoas recebidas neste período.

“Há uma grande procura da população carente, que utiliza e precisa do serviço público. Mas, sendo o Huse o mais importante hospital do estado, com estrutura tecnológica eficaz e corpo clínico completo e qualificado, muitas vezes, pacientes com maior poder aquisitivo e que possuem plano particular de saúde, também procuram a unidade. E, é claro, são bem recebidos, pois o SUS é universal”, enfatiza Hans Lobo.

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