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Gabinete de Leitura de Maruim faz 140 anos

O Gabinete de Leitura foi reconhecido como Utilidade Pública Federal em 1º de outubro de 1919

O “Majestoso”, como era conhecido o Gabinete de Leitura de Maruim, está completando neste sábado, 140 anos de contribuição à cultura sergipana. Com projeto arquitetônico de Corinto Pinto de Mendonça, o prédio do Gabinete, localizado na Praça Barão de Maruim, foi palco de grandes oradores como Tobias Barreto, Fausto Cardoso, Deodato Maia, Thomaz Cruz, Clodomir Silva, Felisbelo Freire, Homero de Oliveira, Otto Schramm, José Quintiliano da Fonseca, Gumersindo Bessa, Pe. Leonardo Dantas, entre outros nomes da história sergipana.

Segundo o historiador Adailton Andrade, os Gabinetes de Leitura foram introduzidos no Brasil pelos portugueses. “O Rio de Janeiro foi o primeiro estado a receber o Gabinete. Mais tarde foram criados os de Pernambuco (1850) e o da Bahia (1863). Sabe-se ainda da existência de outros Gabinetes fundados normalmente por estrangeiros, que residiam no Brasil. Em Sergipe existiram, o Gabinete Literário Laranjeirense, o Gabinete de Leitura de Riachuelo, Gabinete de Leitura de Tobias Barreto, e o Gabinete de Leitura de Maruim, que completa 140 anos de existência como guardião da história e memória do povo sergipano”, comentou.

Segundo Adailton Andrade, o Gabinete de Leitura de Maruim teve como mentor o cônsul alemão Otto Schramm. “As cartas de sua tia Adolphine Schramm revelam que em 1860, já possuía em sua residência um rico acervo, que possivelmente, todo ou parcialmente, fora transferido para a biblioteca do Gabinete. Estamos tratando de um espaço de sociabilidade, com um vasto capital cultural, não só para Maruim, mas de referência em Sergipe, tanto enquanto Província do Império, como em Estado da Federação, haja vista a importância deste espaço em ocasião dos acalorados debates liberais republicanos”, ressaltou o historiador.

De acordo com o historiador Adailton Andrade, no final do século XIX, no acervo do Gabinete de Leitura, constavam obras de Voltaire (1860), Rousseau (1857), Júlio Verne (1878), Michelet (1863), Balzac (1863), M. A. Thiers (1862) com a sua “História da Revolução Francesa”, Antônio Feliciano de Castilho (1863) em “Camões: estudo histórico e poético”, Frédéric Soulie (1852) com “Le Veau d’or”, I. F. da Silva e L. A. Rebello da Silva (1853) em “Poesias de Manuel Maria de Barbosa du Bocage”, Sebastião da Rocha Pitta (1880) “História da América Portuguesa”, Visconde de Taunay (1896) com “Innocencia”. Essas obras, geralmente, eram editadas em Paris (França), Bruxelas (Bélgica) e Lisboa (Portugal).

Por sua importância, o Gabinete de Leitura foi reconhecido como Utilidade Pública Federal em 1º de outubro de 1919, através do Decreto nº 3.776, assinado pelo presidente da República, Epitácio Pessoa, por intermédio do deputado federal Deodato Maia. Desde 1992, o Gabinete de Leitura foi municipalizado pelo então prefeito de Maruim, Murilo Mota de Oliveira, que o transformou em Biblioteca Pública Josias Vieira Dantas.

Fonte: Secom/PMM

 

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