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Adutora do Semiárido não tem conserto

A tubulação da Adutora do Semiárido rompe com frequência

Em menos de um mês, a Adutora do Semiárido rompeu sua grossa tubulação quatro vezes, deixando sem água cerca de 100 mil pessoas em 25 municípios sergipanos. E por que o equipamento apresenta tantos defeitos? Oficialmente, a Companhia de Saneamento de Sergipe (Deso) diz ainda não saber o que tem causado os rompimentos, porém, à boca miúda, engenheiros garantem que o problema está no material usado: tubos de RPVC (Plástico Reforçado com Fibra de Vidro).

Segundo engenheiros que participaram da implantação da Adutora do Semiárido, era para ser utilizada tubulação de aço, porém havia uma exigência em Brasília para que os canos fossem de RPVC, à base de resina poliéster, fibras de vidro, cargas minerais e aditivos. Não adiantaram as pressões e argumentos da Deso em favor da tubulação de metal, tendo, afinal, o governo estadual cedido, pois só assim garantiria o financiamento para iniciar as obras da adutora.

Para estes engenheiros, que não aceitam se identificar, a pressão da água no começo da adutora é muito forte, provocando movimentos constantes na tubulação e, consequentemente, o seu rompimento. O problema tem ocorrido nos primeiros cinco quilômetros, justamente onde a pressão é muito elevada. Por ser uma obra nova – a adutora começou a operar em 2010 – dificilmente o governo estadual conseguirá financiamento para substituir a tubulação de RPVC, alternativa sugerida pelos técnicos para resolver os constantes problemas. Para eles, não adianta consertar, pois os tubos vão continuar se rompendo.

Mais de 50 km de extensão

Com 56,2 quilômetros de extensão, a adutora sai de Porto da Folha, a 190 quilômetros de Aracaju – ao lado da Adutora do Alto Sertão – atravessa o município de Gararu e chega ao reservatório em Nossa Senhora da Glória, localizada a 126 quilômetros da capital.

O flutuante de captação de água no Rio São Francisco tem capacidade de bombear 300 litros de água por segundo. Até chegar à Estação de Tratamento de Água (ETA), localizada também em Porto da Folha, a tubulação de 600 mm percorre quase seis quilômetros de extensão transportando água bruta que passa pela primeira das três estações elevatórias que estão implantadas ao longo do percurso da adutora.

Água tratada

A partir da ETA, a água é transportada de forma tratada. Daí passa pela segunda estação elevatória, que ajuda a bombear a água para uma caixa de passagem no povoado Lagoa Rasa, em Gararu. Trata-se, na verdade, de um reservatório de concreto armado de 13,92 metros de altura e oito metros de diâmetro.

Da caixa de passagem até a terceira estação elevatória, a tubulação percorre mais 14 quilômetros. Depois passa por outra elevetória, essa bombeia até um reservatório (uma caixa de passagem) que leva água até Lagoa Rasa, em Gararu, onde tem outra elevatória, de lá bombeia de novo até um reservatório em Nossa Senhora da Glória. É partir dali que a água passa a ser distribuída para os 25 municípios. Diretamente, são beneficiadas as cidades de Nossa Senhora da Glória, Carira, São Miguel do Aleixo, Nossa Senhora Aparecida, Frei Paulo, Pinhão e Pedra Mole. Indiretamente, todos os demais municípios, atendidos pela regional do Sertão ganharam maior oferta de água com a ampliação do sistema de abastecimento.

Foto: Ascom/Deso

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