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A última farra de Déda

Déda cantando na noite da "Última Saideira", em homenagem ao jornalista e boêmio Cleomar Beandi

Há exatos dois anos morria, vítima de um câncer, o governador de Sergipe, Marcelo Déda (PT). Jovem e brilhante político, ele fez carreira meteórica, tendo sido deputado estadual (o mais votado de Sergipe), deputado federal e, por duas vezes, prefeito de Aracaju. Quando morreu, aos 53 anos, estava no segundo mandato de governador e projetava disputar o Senado em 2014.

Por conta da doença, Déda deixou de consumir bebidas alcoólicas. A proibição imposta pelos médicos não o impedia, porém, de continuar freqüentando as festas, particularmente aquelas organizadas pelos aliados políticos e os amigos de fé. Nestes eventos, bebia cerveja sem álcool e gostava de cantar, principalmente se encontrasse bons músicos, como o maestro Muskito e o filho deste, o exímio violonista Heitor Mendonça.

A noite de 11 de julho de 2011 deve ter sido a última em que Marcelo Déda bebeu cerveja com álcool. Informado por Camilo, dono do Restaurante Mineiro, que não tinha no estoque a Líber zero álcool, a preferida do governador, o chefe da segurança se prontificou em ir comprar algumas garrafas, porém Déda recusou: “Pode deixar, hoje eu vou quebrar o trato e beber umas Brahmas. A ocasião justifica!”. Todos riram muito, enquanto ele ingeria um generoso gole da “loira suada” e estupidamente gelada.

A última saideira 

E Déda estava correto: a ocasião justificava mesmo quebrar o resguardo sugerido pelos médicos. Naquela estrelada noite, centenas de amigos “bebiam” o jornalista e boêmio Cleomar Breandi, sepultado à tarde, no Cemitério Colina da Saudade.

Antes de morrer, também de câncer, Cleomar escreveu uma crônica onde se despedia deste mundo e convidava a todos para beberem “a Última Saideira” no bar de Camilo, assim que terminar o sepultamento. Já está pago”, informava o ‘velho Lobo’ ao final do texto. A despedida varou a noite, regada a muita cachaça mineira, cerveja e cantoria da boa, ao som dos fabulosos violões de Muskito, Heitor, Paulo Lobo e tantos outros bambas, entre os quais o afinadíssimo Marcelo Déda.

Por Adiberto de Souza (Crédito/facebook do coronel Luiz Fernando)

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