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Um mapa da cultura popular através dos seus mestres

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Com a finalidade de visibilizar a cultura local dos municípios através dos seus mestres, foi desenvolvido o projeto de pesquisa “Culturas Populares: reconhecimento dos saberes tradicionais e seus respectivos mestres e mestras em Sergipe”, orientado pelo professor de Museologia do Campus de Laranjeiras (UFS), Fernando Aguiar. O resultado foi um mapeamento com 320 mestres cadastrados e esse banco de dados resultará num catálogo que ficará sob a guarda da Pró-Reitoria de Extensão (Proex).

O projeto teve duração de seis meses e o processo de pesquisa contou com o apoio de 10 bolsistas do Campus de Laranjeiras, que foram distribuídos pelos 75 municípios de Sergipe. Além do contato direto com os mestres, os alunos também mantiveram contato com as secretarias e departamentos de Cultura dos municípios.

“O projeto serviu para me ver como cidadão e que preciso de todo tipo de conhecimento, me ajudou a ter uma maior valorização do conhecimento popular”, afirmou Cleomar Matos, aluno de Arqueologia. Além da valorização dos trabalhos feitos pelos mestres de cultura popular, a aluna Hellen Santana, do mesmo curso, observou que o projeto deu oportunidade de dar visibilidade a esses mestres pelo que eles fizeram também pela Universidade.

“Como pesquisadora pude observar também que eles têm um certo receio quando há um novo pesquisador, pois, para eles, vão sugar o conhecimento e não dar nenhum retorno, e não é isso que este projeto de cultura popular quer. A importância maior é dar o devido conhecimento a esses mestres e mestras de nossa cultura”, disse ela.

O professor orientador do grupo, Fernando Aguiar, lembrou-se do ineditismo do trabalho desenvolvido. “Foi uma experiência fantástica, a Universidade nunca tinha feito o reconhecimento desses saberes tradicionais e populares, ela se descoloniza e permite reconhecer a importância desses saberes para a construção da identidade sergipana, nordestina e brasileira”, disse ele, adiantando que o projeto abriu portas para outras ideias de pesquisas em outros campos culturais.

“Pretendemos dar continuidade ao projeto ou criar outro projeto que tente fazer uma cobertura que não foi realizada, que é em relação às comunidades tradicionais quilombolas, que são 40 em Sergipe, a comunidade indígena, que é a Xocó de Porto da Folha, as quadrilhas juninas, até por conta que de o forró estar para ser reconhecido como patrimônio imaterial brasileiro, e também à questão dos capoeiristas, que já é um patrimônio imaterial”, informou o professor e pesquisador.

(Érica Xavier/bolsista Proex, foto Adilson Andrade/Ascom UFS)

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