Leia o resumo dos jornais deste domingo
2 de agosto de 2015
Juros do rotativo do cartão de crédito alcançam 372%
2 de agosto de 2015
Exibir tudo

Pesquisas rendem milhões para a UFS

O Núcleo de Petróleo e Gás (Nupeg) da Universidade Federal de Sergipe abriga sete laboratórios de ponta para multiuso pelos diversos cursos. Orçadas em cerca R$ 20 milhões, as obras das modernas instalações foram custeadas com recursos do Fundo Setorial do Petróleo e do Gás Natural (CT-Petro) e da própria Petrobras. “Somente o Fundo repassa para a nossa universidade algo em torno de R$ 3 milhões a R$ 4 milhões anuais, mas tivemos ano em que esse montante chegou a R$ 20 milhões”, informa o vice-reitor André Maurício de Souza, membro do Conselho Técnico do Núcleo de Petróleo e Gás da UFS.

Firmada em 2006, a parceria entre Petrobras e Universidade Federal de Sergipe não pára de render bons frutos. Alguns cursos, inclusive, foram criados neste período para atender, simultaneamente, as necessidades acadêmicas e as perspectivas da estatal, como os de Geologia, Engenharia de Petróleo, Engenharia Ambiental, Engenharia Mecânica e Engenharia de Materiais. Por sua vez, a Petrobras passou a investir forte em pesquisas, custeando modernos e caros equipamentos, a exemplo dos sete laboratórios instalados no prédio novo do Nupeg. Todos já estão em funcionamento nos diversos departamentos da UFS e sendo usados na realização de pesquisas na área de petróleo e gás.

Para a Petrobras, uma das vantagens de criar parcerias tecnológicas com as universidades é tê-las próximas às suas unidades operacionais espalhadas pelo país. É o que revelam os professores Carlos Alberto Poletto, Maria Arlete Duarte de Araújo, Wilson da Mata no estudo “Gestão compartilhada de P&D: o caso da Petrobras e a UFRN”. Eles explicam que o modelo conceitual de investimentos nas Instituições Científicas e Tecnológicas (ICTs) concebido pela Petrobras priorizava inicialmente investimento em infraestrutura e, posteriormente, em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D).

Para se ter uma ideia de como são grandes as demandas da Petrobras, antes de serem inauguradas no ano passado, as instalações do Nupeg já são consideradas pequenas para atender professores e estudantes envolvidos com pesquisas na área de petróleo e gás. E o professor André Maurício de Souza tem uma explicação para isso: “Desde o início da parceria até agora, a Universidade saiu de pouco mais de 200 doutores para cerca de 900, sem contar com os cursos que foram criados neste período”.

Durante este mútuo aprendizado, também foi vencido o mito de que a pesquisa aplicada prejudicaria de alguma forma a academia. O estudo “Gestão compartilhada de P&D: o caso da Petrobras e a UFRN” revela que a produção científica geral e outros efeitos associados evidenciam o contrário. Os investimentos realizados na parceria entre a estatal e as universidades estimulam também a qualificação profissional dos discentes, pois os pesquisadores fazem pesquisa aplicada.

Algumas pesquisas resultaram em inovações tecnológicas patenteadas. Outras, apesar de não resultarem em patentes, trouxeram melhorias aos processos de produção e algumas foram incorporadas na rotina da Petrobras. Há exemplos como os softwares para otimização de rotas de sondas de produção terrestre e de unidades de pistoneio, softwares para automação de poços de petróleo, simuladores de bombeio mecânico, sistemas para elaboração de projetos de elevação de petróleo, sistema de detecção de vazamentos em dutos e metodologias de tratamento de água produzida.

Ótimas perspectivas

O vice-reitor explica que a Petrobras investe com base no desenvolvimento de novos projetos. “A empresa abre uma cadeia de projetos, os pesquisadores aceitam desenvolvê-los e ela os financia”, explica. Os recursos do Fundo Setorial do Petróleo e do Gás Natural também são muito importantes para as pesquisas. Além do mais, graças a eles, as universidades não ficam reféns da Petrobras.  Nem precisa dizer que o anuncio de uma mega reserva petrolífera na costa de Sergipe foi muito festejado por pesquisadores e estudantes da Universidade Federal de Sergipe. “Essa descoberta abre um novo horizonte para o Estado, pois serão feitos grandes investimentos, principalmente em pesquisa”, afirma o vice-reitor.

Por Adiberto de Souza

Compartilhe:

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *