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Os desafios da UFS no combate à fome e à evasão acadêmica

Marcelo Alves Mendes*

O Acesso à educação superior pública é um desafio para muitos estudantes, particularmente, para aqueles em condições socioeconômicas desfavoráveis. Por outro lado, o financiamento das universidades federais, em particular, da assistência estudantil tem afetado nos últimos tempos os programas de assistência estudantil, dificultando a permanência dos estudantes de baixa renda no ensino superior, principalmente, nas questões que envolvem alimentação, transporte e moradia.

Com isso, sem um planejamento adequado da instituição, os estudantes podem enfrentar dificuldades para concluir seus estudos ou até mesmo desistir da universidade. Assim, além da necessidade de ampliar o financiamento para o fortalecimento das políticas públicas estudantis, é importante promover uma gestão eficiente e transparente a fim de mensurar os impactos desses programas na vida dos estudantes, por meio de ferramentas tecnológicas, de mecanismos de avaliação e monitoramento dos programas de assistência estudantil, redução da evasão, segurança alimentar e nutricional, e melhoria do desempenho acadêmico.

As universidades públicas brasileiras desempenham um papel importante no combate à fome e à extrema pobreza por meio de diversas iniciativas e ações, principalmente, com a implantação dos restaurantes universitários em suas instituições. Embora a responsabilidade primária pela erradicação da fome e da pobreza seja do governo em todas as esferas, a educação é a principal estratégia para alterar a estrutura social das famílias e do povo brasileiro. Evidentemente, o combate à fome é uma tarefa complexa que requer esforços integrados com vários setores da sociedade.

Os restaurantes universitários são espaços que fornecem refeições a preços acessíveis aos estudantes garantindo que eles tenham acesso a alimentação adequada, promovendo a segurança alimentar e nutricional durante o período que estão na universidade. Muitos estudantes enfrentam dificuldades financeiras durante a vida acadêmica, e o custo da alimentação pode ser uma barreira significativa para eles. Portanto, a alimentação institucional é importante, pois a falta de acesso a uma alimentação adequada pode afetar negativamente a saúde dos estudantes, sua capacidade de aprendizado e sua permanência na universidade.

A universalização do acesso a alimentação institucional por meio dos restaurantes universitários na Universidade Federal de Sergipe, tornou-se realidade no pós-pandemia, com a atual gestão da UFS, por entendermos que os desafios seriam ainda maiores diante do quadro de ampliação da pobreza e insegurança alimentar, particularmente, nas regiões norte e nordeste do Brasil.

Mesmo com os cortes orçamentários das universidades brasileiras e os desafios na manutenção dos serviços essenciais nos últimos anos, a UFS conta com a presença de estrutura de restaurantes no Campus em São Cristóvão, Campus Lagarto, Campus Itabaiana, Campus Sertão, Campus Laranjeiras e Campus Aracaju, foram fornecidas 1.302.293 refeições no exercício 2023, correspondendo ao valor global de aproximadamente 19 milhões de reais. Vale ressaltar, que há mais de duas décadas o valor simbólico praticado para pagamento da refeição por parte do aluno corresponde a R$ 1,00 (um real). Por outro lado, os discentes do Programa Residência Universitário são isentos da taxa do RESUN, mesmo assim, a UFS está realizando estudo orçamentário com a pretensão de isentar todos os discentes comprovadamente vulneráveis da instituição.

Certamente, a Universidade Federal de Sergipe destaca-se como a principal executora da Política de Segurança Alimentar e Nutricional do Estado de Sergipe, exercendo um papel estratégico na permanência estudantil e na melhoria dos indicadores acadêmicos, elementos importantes para garantir a nota máxima no recredenciamento UFS Nota 5 que tanto orgulha a comunidade acadêmica e a sociedade sergipana.

Ainda assim, é importante destacar que a existência de restaurantes universitários não é suficiente por si só para combater a fome de forma abrangente. Outras medidas e políticas, como programas de assistência estudantil, com os auxílios, bolsas e demais serviços, também são necessários para garantir que os estudantes em situação de vulnerabilidade tenham suas necessidades básicas atendidas.

*Professor do Departamento de Geografia do Campus UFS Itabaiana, Pró-Reitor de Assuntos Estudantis.

Foto: Ascom UFS.

 

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