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O que é mesmo o Grageru?

Com folha parecida à do mangue, o grageru ainda sobrevive no povoado Miranda, em São Cristóvão

Há em Aracaju um bairro que se chama Grageru. A frase que deu em rima, poderia ser o começo de um verso sobre a estranha coisa que se esconde sob o nome de Grageru. Perdeu-se a sequencia da rima,  mas corporificou-se a duvida: O que é mesmo esse tal Grageru,  nome de personagem não identificada, mas, certamente, tão conspícua e ilustre a ponto de nomear uma vasta porção  da área mais urbanizada da capital Sergipana?

O nome, seguramente é indígena, provem de um dos ramos da vasta nação  dos Tupinambás, do tronco Tupi- Guarani, que  fez  suas as terras litorâneas desde o Prata até o  Amazonas. Aqui em Sergipe, e alhures,  margeando a fímbria da areia e do mar, eles encontraram suculentas frutas às quais  foram dando nomes: caju, massaranduba, ticum,  ingá, jenipapo, araticum, mangaba, muricí, e também o grageru.

A frutinha não deixa em êxtase o paladar, humildemente quase insípida, engana quem a encontra, com  aquele  vermelho vivo a despertar prenúncios de gostos  logo desfeitos com o primeiro mastigar  da massa alvíssima, quase uma fina capa a encobrir um caroço, onde o inadvertido pode quebrar os dentes. Por aí se vê que o grageru é frutinha tola, que se perde na profusão de tantos finos sabores encontráveis em outras, naquela promiscuidade de árvores,  arbustos e macega que formam a vegetação das restingas.

Nome de bairro

O grageru é fruto de uma arvoreta que crescia quase desmesuradamente pelas nossas praias, subindo dunas, desafiando  a secura dos areais, ou o encharcamento   das várzeas. O aglomerado urbano de Aracaju, avançando sobre os brejos, as praias, os baixios, foi afastando o grageru  para longe. Lá, no bairro que lhe ganhou o nome, o grageru  predominava.

 Há alguns anos, uma pessoa que muito se interessa por árvores e pela reposição delas, conversava sobre a necessidade de recuperar, em torno de Aracaju, a vegetação de restinga, e lembrou  do bairro Grageru, que perdera a referencia porque a árvore rasteira que lhe dera o nome estava em extinção. O interlocutor era o engenheiro Sérgio Ferrari que ocupava a Secretaria Estadual das Cidades e se preocupava em arborizar os conjuntos habitacionais, as avenidas, as praças, que ia construindo Sergipe a fora.

Por Luiz Eduardo Costa

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