Sergipe está longe de alcançar o pleno emprego
21 de agosto de 2023
Natville vai instalar fábrica de laticínios em Alagoas
21 de agosto de 2023
Exibir tudo

Movimento negro de Aracaju protesta contra violência policial

Os negros são o principal grupo vitimado pelas intervenções policiais

Representantes do movimento negro de Aracaju vão participar, na próxima quinta-feira (24), da Jornada Nacional de Luta Pelas Vidas Negras, mobilização para reagir aos episódios mais recentes de violência policial e assassinatos de pessoas negras. O protesto também ocorrerá em São Paulo, Belo Horizonte, Curitiba, Recife, Vitória, Brasília e Rio de Janeiro. Neste último estado, o adolescente Thiago Menezes Flausino, de 13 anos de idade, foi morto a tiros em uma operação policial na Cidade de Deus.

No dia 24 de agosto, comemora-se o aniversário de morte do advogado soteropolitano Luiz Gama, um ícone da resistência negra. Um exemplo de como a violência atinge, de modo geral, mais fortemente a população negra, está apontado nos dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) sobre o índice de mortes violentas intencionais em todo o país. Em 2022, foram registrados 47.508 casos e 76,5% das vítimas eram negras. Os dados constam da última edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública.

O Anuário destaca que os negros são o principal grupo vitimado pela violência, independentemente da ocorrência registrada, e representaram 83,1% das vítimas de intervenções policiais. O encarceramento em massa de pessoas negras também segue a todo o vapor. No ano passado, o Brasil atingiu proporção recorde de negros no sistema carcerário, um total de 442.033 pessoas. A parcela equivale a 68,2%.

Culpando o bolsonarismo

Para o pesquisador Dennis Pacheco, do FBSP, as diretrizes que governos têm definido, em termos de segurança pública, são o retrocesso deliberado. “Ativamente, se tem produzido essas mortes como uma plataforma de visibilidade política”, afirma sobre as operações que multiplicam exponencialmente a letalidade policial. Pacheco avalia que o bolsonarismo contribuiu para que grupos ampliassem a institucionalização do racismo no país e que o que se tem à frente, como desafio, é a radicalização de tal postura, que se reflete nas forças de segurança pública.

Perguntado sobre o aparente paradoxo de se ter policiais negros tirando a vida de outros negros, ele disse que “é paradoxal, mas nem tanto”, já que quem está na base das corporações e, portanto, vai às ruas para realizar as operações, é negro e, portanto, tem pouca margem para intervir nas decisões. “O perfil dos oficiais, das pessoas que gerem a polícia, é bem branco e bem desinteressado em discutir as questões que dizem respeito ao enfrentamento ao racismo”.

Fonte e foto: Agência Brasil

Compartilhe:

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *