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Livro trata sobre as ruas João Pessoa e Laranjeiras

Você sabia que a rua João Pessoa, no centro de Aracaju, era rua do Barão e que antes de receber o nome atual também já foi chamada Nossa Senhora da Conceição e Japaratuba? Publicado pela Editora da Universidade Federal de Sergipe, o livro ‘O Ir e Vir das ruas João Pessoa e Laranjeiras – 1920/1940’ faz um passeio histórico por estas duas importantes vias públicas de Aracaju. Os autores Adênia Santos Andrade e José Oliveira Brito Filho mostram como as ruas pesquisadas se destacaram no começo do desenvolvimento e expansão territorial da capital sergipana.

Licenciada em História e gerente comercial da Faculdade Estácio FASE, Adênia Andrade explica porque a pesquisas se fixou nas ruas João Pessoa e Laranjeiras. “Elas agasalharam a formação cultural da época e até hoje fazem parte da paisagem urbana de Aracaju, tendo contribuído muito para o crescimento e a solidificação do centro comercial”. De acordo com o também licenciado em História José Brito Filho, as ruas estudadas “praticamente sustentaram no início do século XX a sociedade aracajuana mais favorecida e permanecem vivas dentro do contexto histórico aracajuano”.

O livro mostra como as ruas João Pessoa e Laranjeiras foram formadas, o estabelecimento de Aracaju a partir do quadrado de Pirro e a influência do porto para o desenvolvimento comercial da cidade. Também trata sobre a presença dos bondes na sociedade aracajuana da época e os pontos comerciais mais influentes nas duas vias. Os pesquisadores apuraram que a rua João Pessoa sempre foi mais festiva. Por ela desfilavam os foliões e passeavam pessoas influentes da sociedade. A Laranjeiras tinha um aspecto mais sério porque nela se encontra a Igreja São Salvador, construída em 1857.

A rua era maior

De acordo com os autores, a João Pessoa foi batizada inicialmente de rua do Barão, sendo renomeada de Nossa Senhora da Conceição por estar próxima à Catedral Metropolitana. Seu início era na Praça Fausto Cardoso e tinha sete quadras, terminando nas proximidades do mercado Thales Ferraz. O primeiro nome era uma homenagem ao Barão de Maruim, João Gomes Melo, que construiu ali 15 casas ocupadas por ele, os parentes, afilhados, amigos e locatários. A atual denominação da rua foi colocada para homenagear o político paraibano João Pessoa Cavalcanti de Albuquerque, assinado em 1930 no Recife.

O nome da rua Laranjeiras objetiva homenagear o município localizado na zona do Cotinguiba e que sempre foi considerado a Atenas Sergipana. Diferente da João Pessoa, a Laranjeiras sempre foi mais conservadora, tradicional da fidalguia e da religiosidade. Seu início é na esquina da avenida Rio Branco, antiga rua da Aurora, e segue até a avenida Rio de Janeiro, no bairro Siqueira Campos, zona norte de Aracaju.

Os autores revelam que as ruas João Pessoa e Laranjeiras foram palco de manifestações populares, religiosas, civis e culturais. No entanto, hoje não passam de um local onde apenas prevalece o vínculo diário entre consumidores e fornecedores. O livro ressalta que o comércio daquelas duas vias já viveu sua época de grande lucratividade, mas, a partir do surgimento dos shoppings as pessoas criaram o hábito de comprar nestes novos locais deixando, de certa forma, de frequentar o centro comercial de Aracaju. ‘O Ir e Vir das ruas João Pessoal e Laranjeiras – 1920/1940’ é um livro que não deve faltar na estante de quem gosta de pesquisar sobre a rica história de Aracaju.

Por Adiberto de Souza

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