Leia o resumo dos jornais deste sábado
4 de junho de 2016
Praias impróprias para banho
4 de junho de 2016
Exibir tudo

Obras do Artur Bispo do Rosário expostas no Rio de Janeiro

Os turistas que visitarem o Rio de Janeiro para assistir aos jogos da Olimpíada e da Paralimpíada terão a oportunidade de conhecer obras ligadas à criatividade do artista plástico conhecido como Bispo do Rosário, na exposição Das Virgens em Cardumes e da Cor das Auras, que o Museu Bispo do Rosário de Arte Contemporânea inaugurou hoje (4). A mostra ficará aberta ao público até o fim de janeiro de 2017 e faz parte do Circuito Cultural Rio, idealizado pela prefeitura carioca, por meio da Secretaria Municipal de Cultura, para a programação cultural dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos.

A diretora do museu, Raquel Fernandes, informou que a cada exposição, a instituição busca trazer curadores convidados para mostrar sempre diversos aspectos sobre a obra de Bispo. No ano passado, por exemplo, o professor de arte Marcelo Campos abordou as origens e o folclore envolvendo o passado do artista plástico brasileiro, internado como esquizofrênico na Colônia Juliano Moreira, em Jacarepaguá, zona oeste da capital fluminense, onde ficou durante 50 anos, até morrer, em 1989.

“Desta vez, a gente está pegando, com a curadora Daniela Labra, um viés de Bispo enquanto performer, na maneira como ele circulava e apresentava sua obra aqui, na Colônia Juliano Moreira, vestindo o manto, com seus estandartes, de alguma maneira funcionando como um performer”. Raquel disse ainda que para o museu, é muito importante a possibilidade de oferecer múltiplos olhares sobre o artista e vários curadores poderem se aproximar e pensar sobre isso.

Raquel Fernandes destacou a importância de Bispo para o museu, não só pelo seu lado artístico, mas para levar a população a pensar em questões relativas à reforma psiquiátrica, “toda a forma como ele subverte a lógica do manicômio. Por isso, ele é importante para a gente, como é importante manter o museu dentro da antiga Colônia Juliano Moreira, devido a essa subversão que ele conseguiu fazer por meio da arte”.

O público poderá assistir, a cada final de mês, ações performáticas que produzirão resíduos que, tal como fazia Bispo, irão se acumulando ao longo da exposição, afirmou a diretora do museu. “É uma exposição em progresso que remete também, de certo modo, à maneira de Bispo funcionar, que era essa coisa colativa”.

Diálogo performático

Para a curadora Daniela Labra, o grande diferencial da exposição é fazer a relação da obra do Bispo do Rosário com a performance-arte das artes visuais contemporâneas. A exposição trata dessa questão da performance e de como ela dialoga com a obra de Bispo, não somente do ponto de vista formal, mas da relação da arte com a vida, que é explorada na arte moderna. “A vida do Bispo se sobressai, se singulariza por causa dessa obra, desse legado artístico que ele deixou para a gente. Acho que o grande diferencial é estar tratando dessa proximidade arte e vida na obra do Bispo e fazendo uma relação com a performance-arte”, explicou Daniela.

A exposição reúne 15 artistas convidados, dos quais uma parte fará residência e oficinas na colônia. “Eu estou trabalhando com a ideia de obras de arte performáticas”, disse Daniela. “Serão artistas que estarão presentes na exposição com vídeos, com fotografias, mas não farão performances, e outros que terão obras expostas e farão ações ou residências que complementem os trabalhos”.

Texto e foto: Agência Brasil

 

Compartilhe:

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *