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Joaquim Barbosa afirma que o sistema político do Brasil “trincou”

Principal palestrante da XX Conferência Nacional dos Legislativos Estaduais (CNLE), o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, mostrou indignação com a instabilidade política que o país atravessa. Durante a palestra que tratou de desenvolvimento e segurança jurídica, o ex-ministro disse que o país vive momento conturbado, com consequências danosas para o cenário econômico e dificuldades para empresas e empresários acostumados a atuar num cenário de competitividade. A conferência acontece no campus Farolândia da Universidade Tiradentes (Unit).

Barbosa lembrou que os investidores fazem apostas e não sabem como se dará o desfecho de seu empreendedorismo. Para ele, quem busca o novo precisa de um quadro institucional favorável. “O Brasil é um país que peca pela falta de inventividade e o modelo educacional é uma das causas disso. A segurança jurídica é fator essencial, pois o direito rege nossas vidas do nascimento ao último suspiro, rege nossos passos, nossa vida afetiva, econômica, todas essas relações são objeto de normatização e enquadramento jurídico”, observou.

Para o ex-ministro, não há nenhuma país desenvolvido sem um conjunto de instituições fortes, que proteja o cidadão da interferência do poder político, econômico e social. “É preciso que haja regra que discipline o poder político, de forma transparente, que garanta ao cidadão ser bem representado por quem toma decisões em seu nome. As instituições devem assegurar o cumoprimento da lei em todas as esferas”, explicou. Joaquim Barbosa entende que o país não pode pegar a trilha do retrocesso. “O momento pede muita segurança jurídica”, frisou.

O Brasil, prosseguiu o ex-ministro, possui uma desigualdade social colossal, possui um grande apego pela burocracia que acontece em todas as esferas da vida econômica, e isso tem impacto na vida do país. “O brasileiro tem dificuldade de se adaptar ao capitalismo”, comentou, lembrando que o país vinha sendo considerado uma das grandes democracias do mundo, com 28 anos sem maiores tropeços institucionais. “O mundo vê com grande perplexidade o que se passa no Brasil nos últimos meses e temos um grande desafio pela frente”, afirmou.

Bestializado

De acordo com Joaquim Barbosa, há um esforço grande para mostrar que tudo se passa na maior normalidade democrática, mas que é difícil explicar ao mundo essa guinada tão brusca, essa troca de comando tão espetacular, nada sutil. “O povo brasileiro vai aceitar tudo bestializado? Estou aqui mostrando minha perplexidade. Ninguém imaginava há dois anos que o nosso sistema político ‘trincou’, estamos próximos de países que vivem em instabilidade política”, ressaltou.

O país convive com dois grupos no poder, explica o ex-ministro. Um nunca conseguiu ganhar uma eleição presidencial e o outro completou 20 anos fora do poder. “Como explicar isso ao mundo? O país vai suportar conviver nessa dúvida durante dois anos e sete meses? Tudo isso tem um impacto muito grande em sua economia, pois as instituições moldam a economia. É inadmissível que um país dessa dimensão passe por uma improvisação como essa ao substituir o sistema que vinha funcionando por um sistema que pouca gente conhece”. Na avaliação de Joaquim Barbosa, a corrrupção cria situações de concorrência desleal, não prevalece o empreendedor que tem virtudes gerenciais. Segundo ele, a corrupção subtrai a virtude de quem sabe se mexer no cenário econômico.

Fonte e foto: Agencia Alese

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