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Irrigação pública diversifica atividade rural em Lagarto

A bem cuidada casa de Toinho de Zé Estevão é um convite para conhecer sua propriedade

Quem passa pela rodovia Lourival Baptista, na altura do povoado Moita Redonda, município de Lagarto, se depara com uma bela surpresa à beira da pista. Rodeada de muito verde, uma fonte de água no centro de um pequeno lago artificial, com direito à cascata com réplica do Cristo Redentor no topo, é o convite para conhecer a área de Antônio Batista dos Santos. Além dele outros três produtores do Perímetro Irrigado Piauí, administrado pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), estão conseguindo gerar renda e empregos, investindo no cultivo e comercialização de mudas frutíferas, ornamentais e de grama para jardinagem.

Antônio Batista, mais conhecido como “Toinho de Zé Estevão”, conta que o trabalho de fruticultura começou com o pai dele, no ano de 1945, e que a maior dificuldade era a falta de irrigação. Décadas mais tarde, Ele já tocava sua própria lavoura quando foi convidado a participar do projeto inicial do Perímetro Piauí, da recém-fundada Cohidro. “Fui convidado pelo agrônomo José Almeida Cansanção a cultivar um pedaço de terra dentro do Perímetro. Fui atraído pela possibilidade da irrigação, do acompanhamento e orientação dos técnicos e pela adubação, todos esses serviços prestados pela Companhia”, relata.

Entusiasmado, Toinho arrendou um pequeno lote e deu continuidade, naquele novo local, ao trabalho de cultivo de mudas cítricas e enxertia com a irrigação pública. De arrendatário de um pequeno pedaço de terra, é hoje o proprietário de quatro lotes, que juntos somam cerca de seis hectares. Nessa grande área, além da produção de coco verde, limão, sapota, manga e outras frutas, o agricultor produz mais de 400 espécies, entre flores e plantas ornamentais. Associando à venda de objetos decorativos, seu negócio virou parada obrigatória para de decoradores, arquitetos e paisagistas de Lagarto e região, além de atender quem quer decorar ou arborizar sua própria casa ou sítio.

Área bem cuidada

Hoje, a empresa de Toinho conta com quatro funcionários e para a gerente do Perímetro irrigado Piauí, Gilvanete Teixeira, é um dos produtores mais bem sucedidos do Pólo de Irrigação. “Ele faz um trabalho bastante dedicado ao cuidado do seu produto e na apresentação final. Tem sua área sempre bem cuidada, limpa, assim como suas plantas são sempre muito sadias. Talvez seja isso que o fez ter sucesso em seu comércio”, declara. Gilvanete ressalta que o agricultor faz parte do projeto de irrigação desde o seu início.

 “Minhas plantas ornamentais eu vendo para todo o Estado, principalmente para prefeituras, que enfeitam as praças e os canteiros das cidades, mas também para particulares. A grama que produzo, além de ornamentar jardins, é usada nos campos de futebol. Já as frutas, vendo tanto em larga escala, para supermercados, bem como para pessoas da região e quem passa por aqui”, explica Toinho. Ele cita como exemplo a sapota, fruta doce da família do sapoti, que tem uma produção de três mil quilos por ano em sua propriedade.

Mardoqueu Bodano, presidente da Cohidro, conhece a produção de “Toinho de Zé Estevão”. Ele considera o cultivo de plantas ornamentais e mudas frutíferas uma alternativa viável de geração de renda nos perímetros irrigados, diversificando a atividade rural. “Nestes casos, a irrigação pública serve para garantir o sustento das famílias do irrigante e de seus funcionários. Mas são vagas fixas de trabalho, para o ano todo, o que não é muito frequente nas plantações agrícolas convencionais, onde o produtor só poder ofertar vagas de emprego sazonalmente, no plantio e na colheita”, justificou.

“Além da irrigação e do acompanhamento técnico, a Cohidro também dá um apoio na comercialização a todos aqueles que produzem em seus perímetros irrigados. Sem dúvidas é um trabalho muito bonito e importante que a Companhia realiza com o homem do campo quando atua em todas as etapas da produção, desde o preparo da terra para receber a semente, até a venda do que foi colhido durante a safra”, destaca Toinho.

Coqueiros trigêmeos

O sítio do agricultor chama atenção pela diversidade de culturas ali produzidas e pela perfeita integração à natureza. Durante a entrevista, Toinho é cercado por diversos sagüis que desfrutam de seu alimento favorito na mão do próprio agricultor. E eles são apenas algumas das atrações do local.

Entre as plantas, enchem os olhos as grandes palmeiras imperiais, cuja chegada em território nacional se confunde com o surgimento da própria nação brasileira. A frondosa sapota também ganha destaque na propriedade. Com seus galhos pesados e carregados com um fruto doce e pouco conhecido em Sergipe, ela ocupa uma grande área da plantação.

Mas de todas as espécies nenhuma desperta mais curiosidade do que os coqueiros trigêmeos. Os “caprichos da natureza”, como são chamados pelo produtor, nasceram da mesma semente, possuem três troncos e dividem a mesma raiz. “É uma obra divina. É um caso muito raro e tenho orgulho de ter acontecido aqui na minha terra. Como se não bastasse terem virado a atração do sítio, meus coqueiros trigêmeos ainda produziram mais de dois mil cocos durante seus quinze anos de existência”, conta o produtor.

Fonte e fotos: Ascom/Cohidro

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