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Estrangeiros compartilham experiências sobre caju

o cajueiro, embora seja original do Brasil, está disseminado em vários países

Conhecimentos e técnicas desenvolvidas no Brasil, na produção de caju, estão se espalhando pelo mundo, levados pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Há cinco anos, a empresa, em parceria com agências de cooperação, promove cursos sobre a cultura da fruta para técnicos de países da África, América Latina, América Central e Ásia.

Até o fim deste mês, 17 pesquisadores de Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe, Moçambique, Timor Leste, Venezuela e Colômbia participam, no Ceará, da quinta edição do Curso Internacional de Caju. Entre aulas teóricas e práticas, os técnicos têm contato com experiências brasileiras sobre sistemas de produção, controle de pragas, processamento industrial, melhoramento genético e outros processos.

Os países representados no curso têm diferentes experiências com caju. Moçambique já foi um dos principais produtores mundiais da fruta, na década de 1970, relembra o agrônomo Chadreque Nhanengue, do Instituto de Fomento do Caju (Incaju). À época, o país chegava a produzir 216 mil toneladas por ano. O processo de independência de Portugal, concluído em 1975, e a sequência de conflitos armados até a década de 1990 fizeram com que a cultura do caju definhasse. As populações deixaram as zonas rurais e os cajueiros foram abandonados. Surgiram pragas, doenças, e isso contribuiu para que a produção reduzisse para os níveis atuais, em torno de 80 mil toneladas por ano.

Segundo Nhanengue, a maior parte da castanha produzida é exportada in natura – apenas 30 mil toneladas da fruta passam por processamento primário em indústrias e a amêndoa é exportada. Iniciativas como o curso no Brasil são passos para ajudar o país a reestruturar a produção e o processamento do caju.

Processamento do caju

Ele ressalta que o setor familiar tem tido apoio do governo para processar o caju em pequenas unidades. Os agricultores se organizam em associações e têm alguns equipamentos para fazer o processamento local, mas isso ainda é incipiente. “Temos expectativas muito boas do curso internacional. Estamos numa interação com especialistas, e todos os ensinamentos serão úteis para replicarmos em Moçambique. Também vamos ver se conseguimos ajuda para dinamizar o processamento do caju e apoiar ainda mais os produtores”, enfatiza o agrônomo.

Na Colômbia, a cajucultura é um fenômeno recente e ainda não há produção expressiva. Segundo o agrônomo Daniel Gerardo Cayón, professor da Universidade Nacional da Colômbia, a fruta é produzida exclusivamente por agricultores familiares em algumas regiões secas do país. Inicialmente, o interesse do governo em incentivar a produção de caju tem o objetivo de apoiar esses agricultores, uma vez que uma das características do cajueiro é suportar bem climas secos e regimes irregulares de chuva. Além disso, outra intenção é substituir culturas ilícitas, principalmente a da coca.

“Queremos sair do curso com o compromisso de fazer um programa de estímulo inicial para que os pequenos agricultores possam plantar o caju. O governo está muito interessado em trocar as culturas ilícitas, e os agricultores que estão nessas culturas querem trocá-las por um cultivo legal”, de acordo com Cayón.

A transferência de conhecimento também tem uma via contrária. O coordenador do curso, Fábio Paiva, explica que o cajueiro, embora seja original do Brasil, está disseminado em vários países. Isso interessa ao banco de recursos genéticos da Embrapa. “Temos um banco de germoplasma com amostras de vários locais do Brasil, mas de poucos países. É importante que a Embrapa avalie novos materiais. As informações locais que os pesquisadores estrangeiros trazem também podem ser úteis ao programa de cajucultura do Brasil, pois a pesquisa hoje é universal”, destacou.

Fonte e foto: Agência Estado

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