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Em Sergipe impera a lei do olho por olho, dente por dente

Sergipe é o quarto estado em proporção de mortes por intervenção policial

Nunca se matou tanto em Sergipe quanto agora. Os marginais roubam, arrombam residências, casas comerciais e igrejas, além de assassinam por qualquer motivo e em qualquer lugar. Por outro lado, traficantes matam-se entre si na disputa por pontos de tráfico. Para se ter uma ideia da violência reinante no Estado, somente nas últimas 72 horas foram registrados 18 homicídios na capital e no interior. Sem um planejamento para enfrentar os criminosos, a Polícia segue perdendo terreno para os bandidos, enquanto seus comandantes culpam a fragilidade das Leis pelo recrudescimento da violência.

São tantos crimes que alguns corpos têm ficado horas a espera dos carros do Instituto Médico Legal para removê-los. As viaturas praticamente não param, principalmente nos finais de semana. Somente domingo passado (13), os veículos do IML tiveram que recolher 14 cadáveres em Aracaju, Moita Bonita, Umbaúba, Maruim, Capela, São Cristovão, Nossa Senhora do Socorro, Itabaianinha, Salgado e Santa Luzia do Itanhy. Duas das vítimas foram mortas por espancamento. É aquele negócio: na ausência da Polícia, tem gente fazendo “justiça” na base do olho por olho, dente por dente.

Impotente, o governo insiste no velho e surrado discurso de que as Leis facilitam a soltura dos criminosos que, colocados em liberdade, voltam a delinqüir. “O crescimento da violência é muito por culpa da fragilidade das leis no país”, afirma o secretário da Segurança Pública, Mendonça Prado. “O problema não é somente da Polícia, mas também dos diversos setores da sociedade. Neste ano, por exemplo, nós prendemos a mais, dois mil meliantes, em relação ao ano passado”, afirma Prado.

2º mais violento

O governo só não explica como Sergipe, tão pequeno, consegue ser, proporcionalmente, o segundo mais violento do Brasil. Tendo registrado 999 homicídios em 2014, o Estado teve 44 crimes de morte para cada grupo de 100 mil habitantes. O Ceará lidera este ranking cadavérico com 46,9 homicídios para cada 100 mil moradores. É o que atesta o relatório Diagnóstico dos Homicídios no Brasil: Subsídios para o Pacto Nacional pela Redução de Homicídios divulgado pela Secretaria Nacional de Segurança Pública, vinculada ao Ministério da Justiça.

Para se ter uma ideia como o quadro é dramático, a maioria dos policiais militares destacados no interior tem preferido não dormir nas delegacias. Temem serem assassinados pelos assaltantes, que invadem as cidades, armados até os dentes, para estourar os caixas eletrônicos das agências bancárias. Antes da fuga espetacular, estes bandidos costumam atirar nas portas das delegacias e furar os pneus das viaturas policiais. Quer dizer, em Sergipe, nem mesmo a Polícia demonstra disposição para enfrentar os criminosos. Diante de tanta fragilidade da Segurança Pública, os bandidos seguem aterrorizando e transformando Sergipe num estado sem lei, onde se mata por qualquer motivo e se faz justiça com as próprias mãos. Uma lástima!

Por Adiberto de Souza (Crédito/ancoradosertão.com.br)

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