Notícias do Beiju (1576-1928)
25 de fevereiro de 2020
Pesquisador sergipano estuda os anões de Itabaianinha
25 de fevereiro de 2020
Exibir tudo

Brasil exporta carne de cavalo para mercado europeu

No Brasil a carne de cavalo já foi fortemente associada ao pecado

O Brasil é um dos maiores exportadores de carne de cavalo do mundo. O país exporta, em um ano, cerca de 15 mil toneladas, o que gera um faturamento médio de 35 milhões de dólares. Os países que mais consomem a carne de cavalo brasileira são França, Bélgica e Itália. Ela é usada principalmente na produção de embutidos, como salames, mortadelas e salsichas. Quem já comeu salame ou mortadela italiana legítimos provavelmente já experimentou carne de cavalo.

Quase todas as partes do cavalo são aproveitadas. O sangue e os ossos são usados para a produção de farinha de ração, enquanto a crina serve para fabricar pincéis. Um cavalo ideal para ser abatido pesa, em média, 300 quilos, o que corresponde à cerca de 100 quilos de carne.

Em comparação com a carne bovina, a carne de cavalo tem mais água, mais ferro – o que a deixa mais vermelha – e tem sabor mais forte e levemente adocicado. No Japão, como a carne do atum ficou muito mais cara nos últimos anos, os japoneses passaram a adotar a carne de cavalo para preparar seus famosos sashimis.

Os mais velhos

Os cavalos não são criados especificamente para serem abatidos. Os animais mortos são, normalmente, os cavalos mais velhos de criadores e fazendeiros. A idade não deixa a carne mais dura. Já os cavalos de corrida não são comprados pelos abatedouros por causa da grande quantidade de remédios que tomam ao longo da vida.

O quilo da carne de cavalo custa, em média, 25 reais. Diferente dos cortes bovinos, as áreas mais nobres, como o filé mignon e a alcatra, não custam mais caro. Os nomes dos cortes de carne de cavalo são iguais aos da carne bovina: filé mignon, alcatra, contrafilé, fraldinha, patinho, lagarto, coxão duro e coxão mole. Não temos os cortes do cupim e da picanha.

Preconceito religioso

A carne de cavalo é muito apreciada na Europa e na Ásia. No Brasil e em países tradicionalmente católicos, a carne já foi fortemente associada ao pecado. É que, por volta do ano 700, ela era muito consumida em festas pagãs. Por causa disso, a igreja católica proibiu seu consumo. Mesmo depois de liberada aos fiéis, a carne do cavalo continuou longe das mesas católicas por muito tempo.

Texto do chef Marcio Lopes (Crédito/elhombre.com.br)

 

 

Compartilhe:

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *