Caatinga será restaurada
13 de março de 2022
Desembargadora vai tomar posse no TJ nesta segunda-feira
13 de março de 2022
Exibir tudo

Troca-troca de partidos agita Sergipe

Quem não souber escolher bem o novo partido pode quebrar a cara nas eleições

Há muito tempo a política de Sergipe não era tão agitada quanto foi agora devido a abertura da janela partidária, que permite aos políticos trocarem de legenda sem o risco de perderem os mandatos. O reboliço é grande e vai perdurar assim até o próximo dia 1º, quando a janela fecha, para só ser reaberta em março de 2024. O deputado estadual Francisco Gualberto foi o primeiro a trocar o PT pelo PDS, enquanto outros tantos já estão com a metade do corpo fora da janela. É o caso do deputado federal Gustinho Ribeiro, de malas prontas para se mudar do Solidariedade para o Republicanos.

Na Assembleia devem trocar de partidos nada menos do que sete deputados: Capitão Samuel (PSC), Gilmar Carvalho (PSC), João Marcelo (PTC), Zezinho Guimarães (MDB), Zezinho Sobral (Pode), Garibalde Mendonça (MDB) e Iran Barbosa (PT), sem falar de Gualberto, novo integrante do PSD, e Luciano Pimentel, que deixou o PSB no ano passado e está à procura de uma nova sigla. Dos oito deputados federais, devem trocar de partidos Fábio Henrique (PDT), Fábio Reis (MDB), Bosco Costa (PL), Valdevan Noventa (PL) e Gustinho Ribeiro (SD).

As mudanças de legenda têm tudo a ver com a procura de melhores condições para se reeleger, conforme explica Gustinho Ribeiro: “Com a nova legislação eleitoral os partidos precisaram se adequar às novas formas de composição. O Solidariedade me acolheu muito bem assim que cheguei na Câmara, mas foi preciso mudar um pouco a rota neste momento, buscar um partido que possa viabilizar nossa reeleição”, explicou o deputado lagartense ao portal Universo Político.

Eleição mais difícil

O deputado Gustinho Ribeiro está de malas prontas para se filiar ao Republicamos

A eleição para a Câmara Federal e a Assembleia ficou mais difícil com a mudança da legislação eleitoral, em vigor desde 2019. Pela atual norma que rege os pleitos, não são mais permitidas as tradicionais coligações proporcionais, sem contar que o número de candidatos por partido diminuiu. Antes, cada legenda podia apresentar 36 candidatos a deputado estadual e 12 a federal. Agora, são 25 para a Assembleia e nove para a Câmara, ressaltando que um terço das vagas é reservado às mulheres.

Outra questão que vem tirando o sono dos dirigentes partidários e dos pré-candidatos proporcionais é o número de votos para eleger a bancada. O coeficiente eleitoral em Sergipe está em torno de 45 mil votos para um partido fazer o 1º deputado estadual, e 130 a 140 mil sufrágios para eleger o 1º federal. Sem coligação e com número menor de candidatos, as legendas têm que apresentar chapas competitivas, com bons puxadores de votos. E é aí reside o perigo para os postulantes a cargos eletivos com votação mediana: se não escolherem bem o partido, onde sejam os favoritos, vão servir de escada para os mais votados.

Briga por partidos

Rodrigo Valadares ainda diz ter o comando do PTB

Outro fato está contribuindo para aumentar ainda mais o corre-corre entre os político em Sergipe: trata-se da briga pelo comando do PTB e do MDB estado. O grupo liderado pelo ex-deputado federal Roberto Jefferson quer tomar a legenda petebista do deputado estadual Rodrigo Valadares. Este, porém, ainda luta para que a direção do partido fique com a sua aliada Graciela Nienov, que briga na Justiça para continuar na presidência do PTB. Na última sexta-feira (11), o pessoal ligado a Jefferson entregou a executiva estadual petebista ao advogado João Fontes, que já se lançou pré-candidato a governador de Sergipe.

E de quem é o MDB em Sergipe? Até a última sexta-feira (11), era dos irmãos lagartenses Sérgio e Fábio Reis, contudo, já naquele dia, o senador Rogério Carvalho (PT) e o deputado federal Fábio Henrique (PDT) estavam na iminência de tomá-lo. Divulgou-se, inclusive, que a legenda já havia passado para o domínio do petista, que é pré-candidato a governador é quer entregar a sigla a Fábio Henrique. O deputado está em vias de deixar o PDT para viabilizar a sua reeleição. Ouvida sobre a disputa pela legenda emedebista, uma fonte bem informada disse, neste domingo (13), não saber ainda com quem ficará o MDB, “mas tenho certeza que os Reis já perdem a direção do partido”.

JB numa sinuca de bico

A disputa pelo comando do MDB está sendo acompanhada com atenção pela classe política, pois se Rogério Carvalho e Fábio Henrique tomarem o partido, provocam uma grande baixa no grupo governista. Controladores da legenda emedebista, os irmãos Reis apoiam as pré-candidaturas de Fábio Mitideri (PSD) ao governo, e do emedebista Jackson Barreto ao Senado. Caso a legenda caia nas mãos da oposição, o grupo liderado pelo governador Belivaldo Chagas (PSD) perde uma legenda importante pelo tempo de televisão e os recursos do fundo eleitoral. Por sua vez, JB fica numa sinuca de bico, pois terá que decidir se troca de partido para permanecer no reduto situacionista ou se muda, de mala e cuia, para o palanque de Rogério Carvalho. Aguardemos, portanto!

Por Adiberto de Souza (Ilustração: Site Potiguar Notícias)

Compartilhe:

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *