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Produtor de cachaça diversifica com eucalipto

Martinho Miranda Barreto é proprietário da cachaça Reserva do Barão

Da varanda, Martinho Miranda Barreto contempla o belo jardim florido na frente de sua casa e o plantio de eucalipto mais adiante. À direita, é possível avistar a ponte Gilberto Amado, sobre o rio Piauí, que liga o estado de Sergipe à Bahia. Na propriedade, a Fazenda Priapu da Feira, em Santa Luzia do Itanhy, o empresário sergipano produz, desde 2004, uma das cachaças artesanais mais premiadas de seu estado – a Reserva do Barão. Os cabelos brancos, a fisionomia serena, as boas histórias e a carreira nos setores público e privado sinalizam as décadas de experiência de vida que lhe permitem afirmar, com tranquilidade, hoje, aos 78 anos, que fez a opção certa ao plantar eucalipto.

Martinho é um dos produtores parceiros da Bracell no Programa Cultive Eucalipto, que concilia o cultivo de árvores com outras fontes de renda geradas na Priapu e com os momentos de lazer. Além do alambique com capacidade para produzir, anualmente, até 80 mil litros de cachaça artesanal a partir de cana cultivada na própria fazenda, a propriedade abriga uma fazenda de camarão e uma de criação de gado sob cuidadas dos netos do proprietário.

Segundo ele, a ideia de instalar o alambique foi, ao mesmo tempo, uma oportunidade de negócio e uma forma de resgatar uma tradição do município iniciada com um antepassado da esposa de Martinho, o Barão de Timbó, que montou o primeiro alambique da região, em 1857, com equipamentos de cobre importados da Inglaterra. Intitulado barão, em 1888, pela Princesa Isabel, João José de Oliveira Leite nasceu em Rio Real (BA), em 1821, e faleceu em Salvador, em 1919. Ele se casou três vezes, sendo a segunda com a sergipana Joaquina Hermelina da Costa Vieira.

Para Martinho, o cultivo de eucalipto acrescenta uma fonte de renda à propriedade sem a necessidade de dedicar esforços próprios nas operações. Bom para ele, que pode desfrutar de mais momentos de lazer na fazenda e de degustação de sua famosa cachaça envelhecida de quatro a seis anos em tonéis de carvalho. “Decidir plantar eucalipto não foi desafio. Eu não tinha experiência, mas não é necessário ter. Quando a idade chega, você quer ter mais tranquilidade. É natural”, afirma ele, que é casado há 55 anos e pai de dois filhos.

“A gente vai ficando mais velho e faz comparações. Eu vi que estava malhando em ferro frio criando gado e plantando coco, porque não dava o retorno esperado. Aqui, originalmente, não era área de mata? E eucalipto é o quê? É árvore. A natureza é a coisa mais sábia do mundo. Não podemos lutar contra ela”, observa. “Eu tenho outras fontes de renda, mas eu quis mostrar uma alternativa muito viável e lucrativa para quem quiser trabalhar com eucalipto, sendo parceria, arrendamento ou qualquer outra forma. E essa ideia vingou”, acrescenta.

Na propriedade, de aproximadamente 330 hectares, ele destina ao plantio de eucalipto pouco mais de 88 hectares. O primeiro trecho foi plantado há cerca de 18 meses e o outro, há menos de 1 ano. “Fico tranquilo olhando os filhotes crescerem lá”, brinca ele, referindo-se às árvores. “Eu acho que não errei e vejo a possibilidade de evoluir o plantio de eucalipto para uma área maior. Então, é porque eu estou satisfeito, né?”, indaga.

Por Juracy dos Anjos, Líder de contas ATcom – Estratégia, Relacionamento e Conteúdo https://agenciaat.com/

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