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UFS pesquisa sobre produção de milho em Sergipe

Fernanda Cristina diz que o projeto surgiu de um grande problema que é o manejo incorreto no solo

Um estudo está sendo desenvolvido por pesquisadores da Universidade Federal de Sergipe (UFS) para diminuir a degradação do solo por causa da produção do milho, que é um dos grandes problemas enfrentados pelos agricultores. A pesquisa, fruto do programa de pós-doutorado da Fundação de Apoio à Pesquisa e à Inovação Tecnológica do Estado de Sergipe (Fapitec/SE), tem como objetivo avaliar práticas mais sustentáveis de manejo de solo para garantir o desenvolvimento econômico desses trabalhadores.

O professor da UFS e coordenador do projeto, Alceu Pedrotti, destaca que a produção do milho é uma das principais atividades econômicas de Sergipe, onde a cultura apresenta também grande importância para a culinária. Pensando nisso, um experimento é conduzido ao longo de 17 anos para melhorar a qualidade do solo e, consequentemente, o cultivo do milho.

Para que ocorra uma boa produção do milho, o professor Alceu explica que são utilizadas quatro culturas antecedentes ao cultivo do milho, sendo três leguminosa: feijão guandu, crotalária e feijão caupi – a quarta cultura é o milheto. As plantas leguminosas atuam como adubo verde, fixando o nitrogênio atmosférico, o que aumenta a fertilidade dos solos. Por outro lado, o milheto apresenta como vantagem uma grande produção de biomassa, o que protege os solos dos processos erosivos.

O professor Alceu destaca a importância do feijão caupi, conhecido popularmente como feijão de corda, na melhoria das características químicas do solo. “O feijão cuapi é interessante porque tem uma série de características, como resistência à falta de água, um bom desenvolvimento em solos quimicamente pobres, além de proporcionar outros benefícios à terra”, explica.

Problemas no solo

A bolsista de pós-doutorado, Fernanda Cristina Caparelli de Oliveira, explica que o projeto surgiu de um grande problema que é o manejo incorreto no solo, o que gera prejuízos econômicos e ambientais. “O nosso projeto surgiu em função das características intrínsecas dos solos do litoral de Sergipe: solos que apresentam uma predisposição aos processos erosivos e uma baixa fertilidade natural e que, ao mesmo tempo, são, intensamente, manejados”, explica.

Ainda segundo Fernanda, a proposta é trabalhar com indicadores biológicos para avaliar a qualidade dos solos manejados, ao longo de 17 anos, em sistemas conservacionistas (plantio direto e cultivo mínimo) associados ao cultivo de culturas antecedentes ao plantio do milho.  “Embora a qualidade do solo não possa ser medida diretamente, ela pode ser inferida a partir das mudanças ocorridas nas características do solo, e no nosso caso, iremos avaliar as mudanças ocorridas nos atributos biológicos, os quais respondem rapidamente às alterações que fazemos no solo”.

Outra proposta do projeto é transferir a tecnologia obtida para os agricultores. O professor Alceu explica que o seu grupo de pesquisa já está com uma parceria com de produtores em uma cooperativa no município de Japaratuba.  “Os agricultores dessa cooperativa empregam práticas de exploração agrícolas mais sustentáveis. É interessante, que eles próprios perceberam que o uso do feijão caupi, antecedendo ao cultivo do milho, tem melhorado muito a produtividade do milho. Entre as características do milho cultivado nesse sistema, os agricultores relataram uma planta mais vigorosa, mais resistente às doenças e ao veranico”.

Apoio

Segundo o professor Alceu Pedrotti, o apoio da Fapitec/SE, com a oferta da bolsa de pós-doutorado, é muito importante. “Esperamos que a Fapitec continue com esse apoio significativo e extremamente importante para a nossa atividade, pois através do edital de pós-doutorado, a Fernanda conseguiu a bolsa para o desenvolvimento de um projeto que tem grande importância prática para a atividade agrícola do estado”, enfatizou o professor.

 

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