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Polícia prende irmão de Sukita e dois empresários

Policiais da Deotap amanheceram fazendo busca e apreensão na Câmara de Capela

O Departamento de Crimes contra a Ordem Tributária e Administração Pública (Deotap) deflagrou, nesta terça-feira (9) a Operação Mamulengo para cumprir três mandados de prisão preventiva e desarticular uma associação criminosa responsável pelo desvio de recursos públicos e que tem como base a Câmara Municipal de Capela. Foram cumpridos mandados de prisão preventiva e busca e apreensão em Aracaju, Capela e Propriá.

O principal alvo da Polícia Civil foi o ex-presidente da Câmara Municipal de Capela, vereador Adaltro Sukita, que comandou a Casa Legislativa no biênio 2017-2018. O preso é irmão do ex-prefeito de Capela, Manoel Sukita. Dois empresários que participavam do esquema foram alvos da investigação. Um já foi preso e o outro, também com preventiva decretada, deve se apresentar a qualquer momento na Deotap. Os nomes dos dois não foram divulgados pela Secretaria da Segurança Pública. Os policiais civis cumpriram mandado de busca e apreensão no Legislartivo capelense.

Cursos simulados

Segundo a delegada Thaís Lemos, coordenadora da operação, junto com as empresas, a Câmara Municipal fraudava possíveis cursos e simulava os eventos para pagar gratificações e diárias para servidores comissionados da Câmara. Estes recebiam certificados por eventos que não aconteciam. Adaltro ainda exigia que estes servidores fizessem empréstimos consignados, cujos valores eram retidos pelo parlamentar, que pagava as prestações com recursos públicos oriundos da Câmara Municipal.

Ainda foi feita uma reforma na Câmara sem qualquer procedimento formal e processo de licitação, cujos trabalhos foram executados por uma construtora. Os investigadores descobriram que documentos foram fraudados para cobrir as irregularidades.

O delegado Rodrigo Espinheira, que presidiu o inquérito, explicou que pessoas com ligação com Adaltro, entre elas a babá da família do parlamentar, foram ouvidas na investigação. Nomeada em cargo comissionado, a babá teria feito 11 viagens para realizar cursos e recebido por isso, mas ao ser interrogada pela Polícia Civil disse não ter conhecimento sobre os eventos e o destino do dinheiro pago. A babá disse ainda que não cumpria expediente na Câmara Municipal de Capela.

Foram solicitadas várias medidas cautelares diversas da prisão ao Poder Judiciário, a exemplo do afastamento imediato de servidores públicos que contribuíram, seja pela ação ou omissão, com a atividade da organização criminosa.

Nome da operação

A Operação leva o nome de mamulengo devido à prática do ex-presidente de manipular servidores públicos e obter vantagens por isso. Mamulengo é um tipo de fantoche típico do nordeste brasileiro, especialmente do estado de Pernambuco. A origem do nome é controversa, mas acredita-se que ela se originou de mão molenga – mão mole, ideal para dar movimentos vivos ao fantoche. Um ou mais manipuladores dão voz e movimento aos bonecos.

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