Mutirão do Nome Limpo vai começar na segunda-feira
9 de março de 2016
Prêmio Estácio de Jornalismo abre inscrições
9 de março de 2016
Exibir tudo

Pimenta-do-reino ganha campo experimental em Lagarto

A plantação experimental ocupará uma área de 500 metros quadrados

Reunião realizada nesta terça-feira, no escritório da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) determinou os detalhes preliminares para a introdução de mais uma área de plantio experimental no Pólo Agrícola. Dessa vez, serão 75 mudas de Pimenta-do-reino, da variedade Kottanadan e vindas de viveiro registrado nos órgãos de fiscalização do Espírito Santo, Estado que é o segundo maio produtor da cultivar no Brasil.

A pequena plantação experimental de 500 metros quadrados será feita na área irrigada do agricultor Givaldo Santos Souza, que é atendido pela Cohidro com irrigação e assistência técnica rural. Por ser um dos irrigantes mais atentos às orientações dos técnicos da Companhia, foi escolhido para abrigar a nova variedade em seu lote, preenchendo requisitos que vão desde a disponibilidade de tempo, até a dedicação com a lavoura. “Agradeço muito a confiança depositada em mim, espero poder dar o retorno esperado. Ainda hoje vou providenciar o adubo e as estacas para plantar as mudas dentro de cinco ou seis dias”, avisou.

As mudas foram trazidas pelo Técnico Agrícola e Representante Comercial Rivaldo Lima França. Sergipano radicado no Espírito Santo, ele atua na área de revenda de insumos agrícolas e também auxilia o irmão, que possui plantio da mesma Pimenta-do-reino no município de Arauá. Por estes motivos, ele se propôs trazer para Lagarto as plantas e os produtos necessários para seu desenvolvimento, na intenção de criar, no Perímetro Piauí, um mercado propício à Pipericultura. Segundo ele, são diversas as vantagens em apostar nesse cultivo.

Permite ser estocada

“Ou muda este conceito, ou fica na mão do atravessador. O produtor tem que se livrar do imediatismo de produzir e ter logo que vender, sem a possibilidade de estocar e esperar o até aparecer o melhor preço. A Pimenta-do-reino é uma das culturas que mais se adequam a esse conceito, pois permite que seja estocada por um bom tempo sem perder suas qualidades”, afirmou Rivaldo Lima. Ele também assinala que hoje o produto tem em média um custo de produção de R$ 7 o quilo e pode ser vendido por R$ 25, o que corresponde a um ganho maior que 350%.

O Técnico Agrícola considera outros fatores como vantagem da Pimenta-do-reino, como a longevidade. “É bastante lucrativa, mas é um investimento a longo prazo. Leva três anos para começar a produzir comercialmente e depois segue dando frutos por mais 10 anos seguidos”, constatou Rivaldo França, que explicou que o segredo do sucesso para cultivar a planta está num “bom preparo de solo e uma excelente qualidade de mudas”.

Ele orientou o novo produtor, que irá abrigar o campo experimental, como também os técnicos da Cohidro, quanto ao início do plantio. Rivaldo explicou que as mudas são plantadas em um espaçamento de três metros entre cada linha e de dois entre as plantas. São plantadas junto a estacas de 2,5 metros de altura, no lado que bater sol nesta estaca, que será enterrada por 50 centímetros. Mesma profundidade da cova para a muda, mas o buraco será preenchido por até 10 litros da soma de matéria orgânica, adubo e fertilizantes apropriados.

Sucesso do cultivo

Marcos Emílio Almeida, Técnico Agrícola da Cohidro, assinalou positivamente para o sucesso do cultivo da Pimenta-do-reino em Lagarto, pelo fato das características do estado de origem das mudas ser muito semelhante ao do Centro-Sul Sergipano. Ele irá acompanhar este primeiro campo experimental e demonstra estar animado com a nova variedade. “Fui no Espírito Santo e notei uma boa produtividade em área com pluviosidade igual a daqui. Vamos adubar essas primeiras covas com o esterco curtido e o superfosfato simples, ou supersimples, este na medida de 70 gramas por cova”, orientou.

O Diretor de Irrigação e Desenvolvimento Agrícola da Cohidro, João Quintiliano da Fonseca Neto, participou da reunião seguida de visita ao lote do produtor. Para ele, “é importante diversificar as culturas, deixar o produtor cada vez menos dependente do atravessador. Temos aqui os campos experimentais de frutas de clima temperado como maçã, pera e caqui, que estão se desenvolvendo bem, graças a uma parceria com a Embrapa Semiárido (em Petrolina -PE).  Se ao menos uma destas culturas e agora a pimenta do reino derem resultados positivos, estaremos num bom caminho, pois o sucesso de um produtor acaba influenciando no comportamento dos outros”, analisou.

Mardoqueu Bodano, Presidente da Cohidro, considera bastante animador presenciar os agricultores e técnicos buscando alternativas, nas atividades no campo, para produzir com maior rentabilidade. “Impressiona esta capacidade que o produtor rural adquire quando pode contar com a irrigação pública e assistência técnica do Estado. Ele é capaz de sempre se reinventar, pois tem a garantia de contar com a oferta de água e o acompanhamento dos nossos especialistas para sempre estar inovando, seja com Pimenta-do-reino, Maçã, Pera, Caqui ou Uva”, avaliou ele, lembrando que, em breve, também vai começar o plantio das videiras experimentais no Perímetro Califórnia, em Canindé do São Francisco.

Gerente do Piauí, Gilvanete Teixeira explica que já existia um anseio de alguns produtores em cultivar a Pimenta-do-Reino no Pólo de Irrigação. “Está é uma reivindicação antiga aqui no Perímetro, um grande desejo de nossos irrigantes que sempre quiseram produzir a planta que é famosa pela rentabilidade e pela longevidade e agora estamos podendo atendê-los”, comemorou. Ela recorda ainda que, no dia 27 de janeiro, esteve com outros quatro produtores em Arauá, visitando a plantação de Hugo França, irmão do técnico Rivaldo Lima.  “Voltamos bastante motivados com a Pipericultura, que já é realidade em Sergipe”, concluiu.

Fonte e foto: Ascom Cohidro

Compartilhe:

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *