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MPF acusa Hidrelétrica Xingó de prejudicar ribeirinhos

Eventuais alterações na vazão de Xingó serão comunicadas através de mensagem SMS

O Ministério Público Federal (MPF) acompanhará, nesta quinta-feira (23), a reunião da Câmara Técnica Institucional e Legal (CTIL), do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF), em Recife (PE). Na ocasião, os técnicos analisarão a admissibilidade do Procedimento de Resolução de Conflito de Uso dos Recursos Hídricos provocado pelo MPF, em razão das intensas variações na vazão do Rio São Francisco causadas pela Hidrelétrica de Xingó, situada entre os estados de Sergipe e Alagoas.

Durante a reunião o procurador da República Lucas Horta sustentará aos membros da Câmara a importância de que o Comitê da Bacia do São Francisco assuma o protagonismo nessa discussão. O representante do MPF vai alegar que a gestão do uso das águas pela Eletrobras Chesf, através do controle das comportas de Xingó, está prejudicando o rio e, muito fortemente, a comunidade ribeirinha dos dois estados, que perde seu sustento e vê a qualidade da água se deteriorar.

Para o Ministério Público Federal, há um conflito claro na gestão das águas que está acontecendo na bacia hidrográfica do São Francisco. “O conflito está evidente e esta é uma oportunidade única para a Câmara se debruçar sobre um assunto de extrema relevância para o Baixo São Francisco e para que a gente dê concretude para medidas necessárias à vida do rio e das comunidades ribeirinhas”, destacou Lucas Horta.

MPF enxerga conflito

O procurador da República, membro do núcleo de meio ambiente do MPF em Alagoas, entende que apesar da hidrelétrica produzir energia interligada ao Sistema Elétrico Nacional, o conflito se dá nas águas do Baixo São Francisco, especificamente para os ribeirinhos que dependem de suas águas, atraindo a competência direta da Câmara Técnica do Comitê.

O MPF destaca ainda a nota técnica da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), produzida com base em dados de mais de 70 pesquisadores. O estudo evidencia graves problemas ambientais, sociais, econômicos e de saúde pública, que possivelmente estão relacionados aos danos ambientais causados pelas variações de vazão extremas e repentinas da Hidrelétrica de Xingó, que podem estar impedindo o rio de se regenerar diante das agressões que sofre constantemente.

Além dos danos à saúde dos ribeirinhos, a repentina diminuição da vazão de Xingó causa danos materiais objetivos e diretos, como os danos aos materiais de pesca e aos barcos, que num momento estão em área com grande volume d’água e noutro estão presos em bancos de areia.

O MPF espera que essa reunião admita definitivamente a competência administrativa do grupo técnico para avaliar esse conflito entre a gestora da hidrelétrica de Xingó e o meio ambiente, impactando em todas as comunidades ribeirinhas que dependem do rio, especialmente em Alagoas e Sergipe, que são diretamente afetadas pelo fechamento ou abertura das comportas abruptamente.

Fonte: Portal tnh1

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1 Comments

  1. Berilo Wagner Freire Sandes disse:

    Prezados Senhores.
    Este assunto é de grande importância para a população do Baixo São Francisco, face aos impactos econômicos e financeiros para os pescadores e agricultores, que são reiteradas vezes prejudicados com a abertura das comportas da barragem de Xingó.
    Por oportuno, é bom lembrar que a Codevasf, através do Governo Federal, prometeu indenizar todos os proprietários pelos impactos ambientais decorrentes dessa barragem. Promessa que nunca foi cumprida e continuamos desamparados.
    Oportunamente, é bom lembrar a calamidade no Rio Grande do Sul, devido às mudanças climáticas. Será que precisará ocorrer uma catástrofe no Baixo São Francisco para que as autoridades olharem para nós? A resposta está nas mãos de vocês.
    Obrigado.

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