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Metaverso x Privacidade

Por Raquel Almeida *

Apesar de o Metaverso (leia aqui a 1ª parte deste artigo) ainda ser um pouco distante da nossa realidade, desde que o Facebook (Meta) anunciou as estratégias de crescimento, muito tem se falado sobre o efeito que isso terá sobre os usuários, inclusive no que se refere à privacidade.

Assim, também voltaram à tona os escândalos e denúncias envolvendo o Facebook, o abuso de uso de informações dos usuários e a divulgação da pesquisa sobre o tratamento irresponsável de dados que este conceito Metaverso pode gerar.

Atualmente, a Meta engloba o Facebook, WhatsApp e Instagram, o que lhe torna dona de um dos maiores bancos de dados de identificação pessoal do mundo. Com o Metaverso e os aparelhos que contam com tecnologia de rastreamento de partes do corpo como olhos, rosto e mãos, a empresa teria acesso às características físicas e traços da personalidade de cada usuário. Por ser um sistema bastante sofisticado de imersão, interatividade e colaboração, as possibilidades de inferências são muitas. Podem avaliar o tamanho deste poder?

A internet no Brasil só tem 30 anos, a legislação (Marco Civil da Internet) é de 2014 e a LGPD passou a vigorar ano passado, mas apesar de tudo ser bem recente, os brasileiros sempre estão dentre os maiores usuários de redes sociais do planeta.

Contudo, muitos desses usuários não têm conhecimento dos seus “direitos” e “deveres” no âmbito da internet, não sabem o que estão aceitando quando aprovam algum serviço ou novo aplicativo e nem sabem quais as sanções caso post ou repost algum comentário ou imagem ilegal.

E, infelizmente, muitos usuários não percebem que a violação da sua privacidade na internet acontece com certa frequência. Isso é decorrente da sensação de anonimato que a web nos transmite e se fundamenta também na aplicação do direito à liberdade de expressão.

Com o Metaverso, a necessidade de se debater sobre privacidade e a legislação na internet voltam à realidade. Preocupações como a escravização algorítmica e produção de desejos obsessivos de consumo devem ser avaliadas, mas a raiz de toda esta problemática está longe de ser embasada no Brasil. É preciso discutir desigualdades, vulnerabilidades, assimetrias de poderes e discriminação abusiva na legislação da internet do nosso país.

Assim, quando o Metaverso chegar, e se chegar, estaremos preparados para ele.

* É jornalista, assessora de comunicação, social media e editora experiente. Mais de 20 anos trabalhando na área de Comunicação, dentre eles 14 anos como editora do Portal Infonet. Especializada em Comunicação Digital, Web Jornalismo, Novas Mídias e EAD.

 

 

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