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Água de esgoto é reusada para irrigar palmas em Sergipe

A plantação de 1 m² na área da estação de tratamento conta com três tipos de palma

Um experimento realizado por pesquisadores da Universidade Federal de Sergipe (UFS) em uma plantação de palma forrageira tem comprovado a eficácia do reuso da água de esgoto. A pesquisa é desenvolvida na estação de tratamento de esgoto sanitário da Companhia de Saneamento Básico de Sergipe (DESO), no município de Nossa Senhora das Dores, região do Médio Sertão do estado. Os resultados parciais são considerados promissores diante do padrão de qualidade da água residuária a ser utilizada para a irrigação.

O projeto “Reuso de Água Residuária do Semiárido” é liderado pelo professor do Núcleo de Engenharia Agronômica do campus do Sertão, em Nossa Senhora da Glória, Marcos Eric Brito. A iniciativa teve início ano passado, em parceria com o Instituto Nacional do Semiárido (INSA), Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR), DESO e Secretária da Agricultura de Nossa Senhora das Dores.

Disponibilidade hídrica

Eric chama a atenção para o caráter sócio-ambiental do trabalho. “Um dos principais problemas do semiárido é essa disponibilidade hídrica. Não temos falta de recurso, mas esse recurso é limitado e precisamos usar de forma eficiente. Com a estação de tratamento, temos essa possibilidade”, diz o professor.

O reuso da água garante uma melhor qualidade a palma

O coordenador regional de redes de esgoto da DESO, Thiago Silva, explica como funciona o processamento de todo o esgoto do município ao ser direcionado para a estação elevatória. “Essa estação tem bombas robustas, assim que os detritos chegam, eles passam pelo processo de engradamento. Em seguida, é retirado a areia para chegar na lagoa de estabilização. Depois disso, passa pela cloração, onde é eliminado os coliformes fecais”, conta Thiago.

A plantação de 1 m² na área da estação de tratamento conta com três tipos de palma: orelha de elefante mexicana, baiana e miúda. Esta última é uma das mais cultivadas no estado. A escolha dessas variedades da planta passa pela importância da palma para a alimentação animal, sendo facilmente encontrada na região semiárida.

Resultado positivo

“O resultado está sendo bem positivo. Já conseguimos observar uma resposta da palma baiana em relação ao calor eminente que veio surgir depois da chuva. Também analisamos a irrigação, uma parte da plantação está sendo irrigada com água da estação de tratamento. Com isso, conseguimos isolar os fatores e avaliar a resposta de um plantio irrigado com água residuária em relação ao plantio cultivado aos modos convencionais”, explicou a doutoranda em Agronomia, Monaliza Soares.

Outro ponto que tem auxiliado o projeto é o uso da tecnologia. Drones estão sendo utilizados pelos pesquisadores para o monitoramento da evolução das plantas . “Se tudo caminhar como estamos planejando, vamos conseguir reduzir o ciclo produtivo da palma que geralmente dura em torno de 24 meses para 18 ou 12 meses,” destaca o professor de Zootecnia, Nailson Lima.

“Toda essa produção vai ser convertida em forragem para a alimentação do gado leiteiro e vai beneficiar os produtores rurais com a doação de mudas, além da possibilidade de replicar as áreas para continuar com o incentivo da plantação de palma forrageira,” complementa o pesquisador.

Este ano o objetivo é ampliar o experimento para o plantio de milho. “Esse reuso da água, seja na palma, seja no milho como pretendemos fazer em breve, vai ter um efeito ambiental, que vai garantir uma melhor qualidade para os nossos mananciais com água residuária tratada. Além de aumentar a disponibilidade hídrica da região,” pontua Marcos Eric.

Por Bruno Cavalcante (TV UFS) e Josafá Neto (Rádio UFS)

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