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Crise estimula mudança de hábito

O susto diante das contas do mês tem exigido criatividade do consumidor para cumprir seus compromissos financeiros. Entre as saídas para tempos “bicudos” estão cortar gastos com comida nos restaurantes, reformar e consertar um produto, em vez de comprar um novo, e ir menos ao supermercado para não “cair em tentação”.

As explicações para o aperto no orçamento estão na queda da renda (empurrada para baixo pela inflação e pelo desemprego) e no maior endividamento – índice que, por sinal, é o maior em 10 anos, com 46,3% da renda do contribuinte comprometida com dívidas.

Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua Mensal mostram quedas sucessivas da massa de rendimento nacional nos últimos sete meses. “Há um processo de desaceleração. Pela Pnad, a massa salarial teve aumento de 1% no acumulado de 12 meses encerrados em maio, o menor crescimento da série histórica, iniciada em 2012”, explica o pesquisador Rodrigo Leandro, do Instituto Brasileiro de Economia (IBRE), ligado à Fundação Getulio Vargas.

Mudança de hábito

Gastos com lazer e mudanças na lista do supermercado foram as medidas adotadas por 84% dos consumidores. A alimentação fora de casa já sentiu o baque. De acordo com a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), a média de queda de faturamento nos estabelecimentos com refeições entre R$ 30 e R$ 70 foi de 3% no primeiro semestre deste ano. “Já o movimento nos lugares com ticket até R$ 30 aumentou entre 4% e 10%. O consumidor está procurando opções mais baratas”, explica o diretor executivo da entidade, Luciano Bartolomeu.

Outro comportamento percebido pelos donos de restaurantes foi a redução das porções. Para economizar, o cliente coloca menos no prato. E a dieta forçada deve ficar mais rigorosa no segundo semestre. O setor prevê reajustes de até 10% para compensar aumentos de custos. “O que não se consegue negociar com fornecedores acaba repassado ao preço final, mesmo com margens reduzidas”, diz.

Supermercados

Para os supermercados, a alta no preço da refeição fora de casa se reflete no movimento das lojas. Em um primeiro momento, as vendas aumentam para depois serem equilibradas com cortes. Pesquisa realizada pelo setor mostra que entre janeiro e maio de 2014 e 2015, o desempenho foi ligeiramente maior, com alta de 0,59%. Apesar de positivo, o ritmo de crescimento vem caindo desde janeiro do ano passado.

Os supermercados registram mudanças de comportamento. O gasto por compra cresceu 10%, mas a frequência nas lojas caiu na mesma proporção. A ideia do consumidor, ao diminuir as visitas ao mercado, é evitar a compra por impulso. Grande parte dos clientes já começa a trocar de marca, na busca por preços mais competitivos.

(Crédito/foconews.net)

 

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