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Combate à Violência Contra a Mulher será lembrado dia 25

Mulheres do MST Paraná em marcha pelos seus direitos

Dia 25 de novembro é uma data para gritarmos basta de violência. Ela representa o Dia Internacional de Combate à Violência Contra a Mulher, uma luta, que na verdade, é diária para quem nasceu ou decidiu-se pelo gênero feminino numa sociedade patriarcal e machista.

A data não foi escolhida aleatoriamente. Neste dia, no início dos anos 1960, foram encontrados os corpos das irmãs Mirabal, três ativistas que lutavam contra a ditadura do presidente Rafael Leónidas Trujillo, na República Dominicana. Elas foram torturadas e assassinadas pelo governo.

Infelizmente não é preciso ir até lá para encontrarmos histórias como essa e outras ainda mais tristes de milhares de mulheres torturadas e assassinadas até os dias de hoje. Muitas vezes por seus companheiros ou pessoas próximas que as violentam em casa, na rua, no trabalho e na escola.

A mobilização começou sexta-feira (20) e prossegue até o dia 25 próximo. Neste período, mulheres e homens de todo o país podem se engajar na campanha nacional de Combate a Violência Contra as Mulheres, cujo lema dessa edição é “Cultivar afetos e Combater a Violência”.

No Brasil esse ano, entre os meses de março e agosto, período do isolamento social para o enfrentamento do coronavírus, uma mulher foi vítima de feminicídio a cada nove horas. Em cinco meses foram registrados 497 casos de assassinatos a mulheres, motivados pelo simples fato de elas serem mulheres. Os dados são do segundo monitoramento da série “Um vírus e duas guerras”, fruto da parceria entre sete veículos de jornalismo independentes, com o objetivo de monitorar a evolução da violência contra a mulher durante a pandemia.

O primeiro levantamento da série, divulgado em junho, mostrou que nos meses de março e abril, quando começou o confinamento, 195 mulheres foram mortas em 20 estados. A pesquisa revela ainda que existe subnotificação dessas informações, uma vez que nem todos os estados enviaram dados. Em muitos lugares, os serviços de atendimento às mulheres não estavam funcionando presencialmente durante a quarentena, assim como a presença constante do acusado e da vítima em casa impediu que muitas delas pudessem fazer a denúncia.

Violência em diversas formas

Priscila Monnerat, Integrante do Setor de Gênero do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra do Paraná (MST-PR), explica que “a violência contra a mulher está tão naturalizada na nossa cultura, que a gente só se dá conta dela quando vira violência física. Acontece que essa violência se expressa de diversas formas, por isso dentro do MST incentivamos sempre que as mulheres assentadas e acampadas criem suas organizações dentro dos seus espaço e por meio dos coletivos de mulheres”.

Ela explica que dentro dos coletivos elas realizam grupos de estudos, reuniões, oficinas e atividades diversas que servem como um espaço de diálogo, trocas e reflexões entre elas. “Por exemplo aqui no Assentamento Contestado, onde eu vivo, nos reuníamos uma vez por mês para bordar juntas. É importante para a gente conversar, contar um pouco sobre nossas vidas, é um momento descontraído para falarmos de outros temas e de algumas outras conversas que não só o bordado”, acrescenta.

Por Jade Azevedo e Maiara Rauber
Da Página do MST (Foto: Dandara Sturmer)

 

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