Casamentos despencam 48% depois da pandemia

O número de casamentos caiu 48% nos meses de março, abril e maio, com o isolamento social por causa do impacto da pandemia de coronavírus. Segundo os dados da Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen Brasil), a maior queda foi em abril, de 62%. Em maio, tradicional mês das noivas, houve uma redução de 58% em relação ao mesmo período de 2019.

Com o isolamento social, a designer de moda Ingrid Hervatin, de 24 anos, teve que adiar duas vezes seu casamento. Estava tudo pronto para ser em 25 de abril, quando saiu o decreto proibindo realização de festas. Após conseguir encaixar uma nova data com fornecedores, em 18 de julho, e de refazer os convites, ela descobriu que na igreja só seria permitida a entrada dos noivos e de duas testemunhas. “Apenas a partir de 31 de julho, deverá ser permitida a realização de cerimônias nas igrejas. Tive que mudar novamente”, se queixa Ingrid.

Apesar de muitos casais terem adiado a troca de alianças, os casamentos não pararam durante a pandemia. Classificados como serviço essencial, os cartórios de registro civil permaneceram abertos, mas com novas regras e medidas de segurança para evitar o contágio da covid-19.

Casamento virtual

O Tribunal de Justiça de Sergipe autorizou a realização de casamentos pela internet. O primeiro aconteceu, em abril, tendo sido ministrado pelo juiz de direito Eliezer Siqueira de Sousa Junior. Os noivos João Paulo dos Santos e Karen Conrado, residentes em Itabaianinha, na região sul de Sergipe, compareceram ao Cartório da cidade, juntamente com duas testemunhas e a escrevente Isis Tatiane Campos. O juiz, que estava a 120 quilômetros dali, celebrou o casamento por videoconferência.

A celebração foi transmitida ao vivo por uma rede social. Os noivos, que usaram máscaras durante toda a celebração, trocaram alianças, tiraram fotos, declararam à vontade em contrair o matrimônio e também receberam as felicitações do Juiz Elizer Siqueira. O casamento obedeceu todas as formalidades previstas no Código Civil, com publicidade dos atos, presença de testemunhas e, principalmente, a segurança para evitar contaminação pelo novo Coronavírus.