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Caranguejo está de andada

O caranguejo é presença forte na culinária sergipana, sendo consumido principalmente nos bares das praias

Agora no final do ano o caranguejo-uça está em fase reprodutiva, também chamada de “andada” e que fica mais evidente entre a lua cheia e a lua nova. Nesta época, os caranguejos saem das tocas para liberar os ovos no manguezal. Neste período, o crustáceo fica muito magro. Mesmo assim,  o consumo não diminui, principalmente nas dezenas de praias espalhadas por Sergipe.

É da cultura popular a afirmação que nos meses que possuem letra “r” no nome (setembro, outubro, novembro, dezembro, janeiro, fevereiro, março e abril) os caranguejos estão magros. A carne também fica mais mole e o sabor é um pouco diferente. Segundo o feirante Robson José Cabral, nos meses com a letra “r” o animal “fica fraco e sem gordura. E como morrem mais facilmente, precisamos vender o mais rápido possível”, explica.

O mestre em Ecologia, Carlos José Esteves Gondim, explica que a afirmação popular de que os meses com a letra “r” são de caranguejos magros trata-se de uma coincidência. Nessa época, os crustáceos passam por um processo chamado “equidíase”, uma espécie de evolução. Nessa fase, muita energia é gasta e o crustáceo fica fraco e magro. “A equidíase costuma durar de 45 a 50 dias. Alguns demoram muito mais tempo. Como há o gasto de energia muito elevado, os caranguejos morrem mais facilmente, até pelo calor ou pelo transporte”, afirma.

Símbolo de Sergipe

Historicamente, Sergipe sempre teve o caranguejo como símbolo da sua culinária e da cultura. Margeada por mangue, habitat dessa espécie de crustáceo, a costa sergipana sempre produziu muitos caranguejos. Hoje, o quadro no estado é de recuperação da espécie caranguejo-uçá, que foi bastante reduzida durante a mortandade ocorrida entre os anos de 2000 a 2003, causada pelo fungo Exophiala cancerae.

O caranguejo é presença forte na culinária sergipana, sendo que Aracaju é a única cidade que têm uma rua dedicada a esse crustáceo: a Passarela do Caranguejo, na Orla da Atalaia. A importância não é só cultural e gastronômica, mas econômica e social. É um elemento de sustentação de várias famílias e gerador de renda. Historicamente havia 1,8 mil famílias que dependiam da coleta do caranguejo. Hoje essa quantidade aumentou muito por conta do seguro-desemprego concebido no período do defeso.

Crédito/Instituto Maramar

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