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Canindé, um oásis no sertão

Canindé de São Francisco, localizado no sertão sergipano é um oásis se comparado com os municípios em sua volta. O cânion do Xingó oferece paisagens paradisíacas, passeio de catamarã e banho nas águas geladas do Rio São Francisco. No Perímetro Irrigado Califórnia, agricultores produzem alimentos, com destaque para o quiabo e a goiaba. Os lotes familiares produzem por ano cerca de 10 mil toneladas da hortaliça e 4,8 mil toneladas da fruta. As duas culturas são tão fortes em Caindé que merecem até comemoração. Com entusiasmo, os moradores promovem a Festa do Quiabo e o Festival da Goiaba, que acontecem sempre no mês de setembro.

O cultivo do quiabo está presente em cerca de 230 lotes. A cultura injeta em Canindé cerca de R$5,4 milhões por ano, uma média de R$450 mil por mês. São cerca de 600 caminhões carregados todos os anos, em média 15 por semana, cada um com 15 toneladas de quiabo. Sem dúvidas, esses números fazem de Canindé o maior produtor de quiabo de Sergipe, e coloca o nosso Estado entre os maiores do Brasil.

A Bahia é a maior consumidora do quiabo de Canindé. Salvador e Feira de Santana fazem daquele estado o maior comprador do quiabo produzido no sertão sergipano. Cerca de 90% da produção é destinada ao mercado baiano, sendo um alimento forte na culinária do vizinho estado por conta do caruru e demais pratos típicos. Sergipe ocupa a segunda posição, seguido por Alagoas

Produtos de qualidade

Para os técnicos da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), existem fatores que explicam o sucesso do cultivo do quiabo no perímetro Califórnia. O solo argiloso e o clima quente-seco são ideais para o plantio da cultura, e a água de irrigação é de excelente qualidade. A mão-de-obra local está adaptada às exigências da planta, assim como a assistência técnica da Cohidro, conhecedora da fisiologia vegetal do quiabo. Tudo isso contribui para o alto volume de produção e para a qualidade do produto final, que nos mercados é considerada a melhor.

No lote ‘4-NE-15’ de Jailton Paes dos Santos, é possível constatar a adaptabilidade do quiabo à região. Há mais de duas décadas, ele se dedica ao plantio da hortaliça, e destina um hectare de uma área total de 4,3ha ao cultivo do quiabo ‘Santa Cruz 47’, considerado o de melhor qualidade. “O quiabo é o carro-chefe da minha plantação, que também tem milho e goiaba. É ele que paga minhas despesas do dia a dia”, diz o pequeno produtor. Toda a produção dele é vendida diretamente para Salvador. “Em época de safra, consigo colher 80 sacos de quiabo por semana”, conta.

Goiana é um sucesso

Mas se o quiabo faz sucesso na região, a goiaba não fica para trás. No perímetro Califórnia, cerca de 300 ha de terras são destinados ao cultivo da fruta. Por ano, cada hectare produz, aproximadamente, 16 toneladas, culminando em uma produção anual de 4.800t de goiaba.

De acordo com a Cohidro, a goiaba de Canindé é saboreada até em outros países. Há uma grande empresa pernambucana de doces, a maior do norte-nordeste no segmento, que compra a goiaba sergipana para fabricar doces e exporta seus produtos para outros países. Com certeza, a fruta da Canindé faz sucesso fora do Brasil também. Por conta desta cultura, são injetados no município cerca de R$6 milhões por ano, uma média de R$500 mil por mês.

Maria do Socorro Rodrigues dos Santos, conhecida como Dona Lia, dá o exemplo de como a goiaba é importante para o pequeno produtor da região. Ela tira o sustento da família das frondosas goiabeiras que enchem sua propriedade rural. “Cultivar, colher e vender goiaba passou a ser a minha única atividade. Com ela, pago minhas contas e consigo dar uma vida digna a minha filha e meu neto. Em época de colheita, contrato um trabalhador para me auxiliar. Mas durante todo o ano, eu mesma toco o goiabal”, diz a produtora.

 

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