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A casa caiu: “Mundinho” abre o bico

Preso hoje cedinho no apartamento onde mora, na avenida Hermes Fontes, em Aracaju, o ex-deputado estadual Raimundo Vieira, o “Mundinho da Comase” (PSL), decidiu abrir a boca. Fechou um acordo de delação premiada e começou a contar tudo o que sabe sobre o repasse de milhões em verbas de subvenções da Assembléia para entidades filantrópicas pra lá de suspeitas. Na mesma toada, os irmãos lagartenses Augifranco e Ygor Vasconcelos, presos nesta quarta, em Lagarto, prometem “dedurar” deputados e demais “beneficiados” com as famigeradas subvenções.

Quem até agora melhor definiu o tamanho deste escândalo foi o causídico Valter Lima, advogado de “Mundinho”, ao anunciar que este decidiu se beneficiar do instituto da delação premiada: “Começa aqui o lava jato de Sergipe”.

A delação premiada anunciada por “Mundinho” pode colocar abaixo a atual legislatura da Assembléia, há meses sangrando com este escândalo das verbas de subvenções. 17 dos atuais 24 deputados estão sendo investigados pela Justiça Eleitoral e o Ministério Público Estadual. Este deu um passo à frente quando pediu a prisão de dirigentes das entidades beneficiadas e de intermediários, responsáveis pela evidente “lavagem do dinheiro”. Hoje, diante do que “Mundinho” e os dois lagartenses já contaram, o MPE pensa seriamente em pedir a prisão de gente mais graúda, de terno e gravata.

Existentes só em Sergipe, as subvenções do Legislativo se transformaram numa grande “lavanderia”, irrigada com algo em torno de R$ 36 milhões anuais para o deleite de quem possui mandato parlamentar.

A praxe era indicar uma associação comunitária para receber uma ajuda financeira. A Assembléia liberava o dinheiro e ninguém fiscalizar seu paradeiro. Segundo o delator Antônio Arimateia, os recursos chegavam para os presidentes das entidades e a maior parte retornava para as contas correntes de alguns deputados. Adelson Barreto (PTB), hoje deputado federal, é acusado de receber a “grana” no estacionamento do Hospital São José, em Aracaju.

Arimateia entregou gravações, mensagens nas redes sociais e até fotografias. Algumas mostram, segundo ele, funcionárias do deputado estadual Augusto Bezerra (DEM), contando um saco de dinheiro espalhado sobre as mesas do gabinete na Assembléia. O Ministério Público e a Polícia Civil não têm dúvidas que estão apenas no começo de uma escandalosa investigação. E olha que Arimateia e outros “dedos duros” menos prestigiados não conhecem nem um terço do que sabe “Mundinho”.

 

 

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