Por Agnaldo dos Santos *
Dia 19 de Abril é consagrado como o Dia dos Povos Indígenas.
Nosso País de dimensão gigante, extraordinária, desde o seu descobrimento, recebe e acolhe emigrantes de etnias e países diversos; inicialmente, portugueses, africanos, espanhóis, franceses (de passagem), e, depois, poloneses, alemães e, pessoas de outras nacionalidades; atualmente, angolanos, colombianos, venezuelanos e chineses; a emigração japonesa já existe no Brasil há mais de meio século. Dá para perceber que o nosso País é Cosmopolita, é considerado como “Uma Grande Mãe”, benevolente, amável, afável, que, de braços abertos, acolhe a todos, indistintamente, e, diferentemente de alguns países, que, muitas vezes, destratam os estrangeiros.
Essa integração de povos de diversas nacionalidades, torna-se ponto positivo para o país, porque, com o passar dos tempos, sempre ocorre a miscigenação e a transferência do “Know-how”; a miscigenação fortalece a etnia e a transferência de conhecimentos; trás a ascensão cultural, artística científica e tecnológica; então, todos terminam ganhando, e, com isso, ganha também o país; temos como exemplo aqui no nosso estado, o antigo Instituto de Tecnologia e Pesquisas de Sergipe que, na época, tinha químicos industrial poloneses dissidentes da segunda guerra mundial, que, também, eram professores da UFS, e, com a transferência do seu “saber” para novos professores de química, física e matemática, tornaram a Química Industrial e Engenharia Química do nosso Estado na vanguarda, em relação a outros Estados, durante muito tempo.
Se o Brasil é um dos países que, não só mais acolhe emigrantes, como também, dá oportunidade aos mesmos de se instalarem, produzir e crescer… como ficaria a consciência nacional se dessemos as costas, ignorassemos vidas índigenas que já estão aqui há mais de 62 mil anos? Infelizmente, de 5 a 7 milhões de índigenas, hoje, só existe em torno de 800 mil índigenas, desde o “pseudo descobrimento” do Brasil; continuam, e, até hoje, sofrem com o seu extermínio gradativo, por não se curvar a escravidão, na época, e, hoje com a invasão e destruição de suas terras, desmatamento por garimpeiros na ambição pela extração de ouro e outros minerais e poluição dos seus rios, imprescindíveis para a manutenção de suas vidas. Frisamos que, em quase todos os estados brasileiro temos irmãos índigenas; hoje, somos um Brasil constituído por todas “as cores e raças”.
Certa vez, assistia pela TV uma entrevista de um jornalista com um filósofo francês, quando, o jornalista lhe pergunta o que fazer para se tornar um filósofo?
Este lhe responde: Para se tornar um filósofo, é preciso, viajar muito, e, não só conhecer povos, como, também, conviver certo tempo com os mesmos, conhecer sua mitologia, seus hábitos e costumes, sua cultura… desta forma é que podemos sentir na própria pele como vivem, saber os seus reais anseios e aspirações; assim sendo, qual a melhor indicação do que o próprio Indígena para assumir o Ministério dos Povos Originários e a FUNAI? Melhor decisão não há; fato inédito na História do Brasil.O indígena a frente dessas pastas saberá desenvolver estratégias de ações na área da saúde, educação e agricultura, para a melhoria e preservação de sua etnia; ele conhece in locu todas as suas terras, no tocante às demarcações, riquezas vegetais e minerais, rios navegaveis, ou seja, todos os seus biomas.Que este exemplo dado pelo governo federal, se perpetue qualquer que sejam os próximos Presidentes da República do Brasil. “É chegada a hora de repararmos a mistanasia que foi cometida aos Povos Índigenas do Brasil”.
* É médico homeopata