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Sergipe é uma das principais áreas de desova das tartarugas

Estudo registra um crescimento de cerca de 50 vezes no número de desovas

 

O Nordeste brasileiro constitui uma importante área de desova de tartaruga-oliva (Lepidochelys olivacea), sendo que o maior número de ninhos ocorre ao longo do litoral de Sergipe e o norte da Bahia. Recentemente, foi publicado na revista científica Herpetological Conservation and Biology um estudo desenvolvido pela Fundação Projeto Tamar que avaliou dados desde as temporadas reprodutivas de 1991/1992 até 2018/2019.

Cada estaca branca sinaliza um ninho de tartaruga

E o resultado foi surpreendente! Um evidente e incrível crescimento de cerca de 50 vezes no número de desovas foi observado na população: de 252 ninhos em 1991/1992 para 12.709 ninhos em 2018/2019. O estudo estimou ainda, com base no número de desovas realizado por fêmea a cada temporada e no período de remigração, que a abundância de fêmeas de tartaruga-oliva varia de 13.873 a 17.885 na região. Um número surpreendente e gratificante que valora 40 anos de ações do Projeto Tamar em prol da conservação marinha e ressalta a importância do monitoramento e proteção de áreas de desova a longo prazo.

Antes do Tamar

Assim como as outras espécies de tartarugas marinhas, as tartarugas-oliva sofreram com uma série de atividades humanas que reduziram fortemente o tamanho de sua população no passado. Antes da implantação das bases do Projeto Tamar nas áreas prioritárias de desova na década de 80, era comum o consumo de ovos e abate de fêmeas pelas comunidades litorâneas, bem como o comércio do casco destes animais. Aos poucos, através de ações de conservação, educação ambiental e inclusão social, esta realidade mudou. As comunidades locais tornaram-se aliadas à conservação e colaboram ano a ano com a proteção dos ninhos e fêmeas que usam o litoral para cumprir seu ciclo de vida.

Hoje, no entanto, há outras atividades humanas que ameaçam a sobrevivência das tartarugas marinhas, como atividades de pesca contínuas que se sobrepõem às áreas de alimentação delas e ocasionam a captura incidental destes animais, e a fotopoluição nas áreas costeiras advindas de complexos hoteleiros e condomínios, que confundem os filhotes e não permitem que cheguem ao mar após o nascimento. Por isso, precisamos ficar atentos e seguir com ações de conservação para minimizar estes impactos e garantir que esta população se mantenha estável e em crescimento no futuro.

Fonte e fotos: Projeto Tamar

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