Sergipe se prepara para entrar em uma nova fase em seu setor de petróleo. Em abril último, começou um processo gradual de desativação de antigos poços e plataformas de petróleo instalados em alto mar. É o chamado descomissionamento de poços, uma atividade complexa que envolve uma série de cuidados técnicos e ambientais, além de recursos e muito dinheiro.
Só em Sergipe a Petrobras vai investir cerca de R$ 9 bilhões para descomissionar 26 plataformas marítimas fixas instaladas no litoral do estado desde o início da década de 1970, as quais já atingiram o máximo da sua capacidade de exploração. O descomissionamento é adotado quando um poço ou campo de petróleo atinge um limite de viabilidade técnica para continuar funcionando, o que é conhecido no setor como amadurecimento, e o processo de exploração passa a se tornar antieconômico.
A Petrobras contratou uma plataforma autoelevatória, a PA-38, que já foi trazida para trabalhar no descomissionamento dos poços no Campo de Guaricema, a nove quilômetros da costa sergipana. Este campo foi a primeira unidade de produção de petróleo em alto mar no Brasil e estava em funcionamento desde 1969. As atividades de exploração em águas rasas se estenderam através das 27 plataformas instaladas nos campos de Guaricema, Caioba, Camorim, Dourado e Robalo, até serem definitivamente encerradas pela estatal, em 2020. O descomissionamento destas unidades está previsto no Plano Estratégico e de Negócios da companhia para o quadriênio 2025-2029.
O processo de descomissionamento envolve as etapas de desmontagem da estrutura da plataforma, de isolamento do poço e outros processos que evitem a contaminação ambiental por um possível vazamento dos resíduos de petróleo ali existentes. Esta operação exige uma espécie de “engenharia reversa” para desfazer toda a estrutura instalada em cada plataforma, além de uma logística com o emprego de biólogos, geólogos, engenheiros, mergulhadores, embarcações, guindastes e outros equipamentos pesados. Tudo isso abre espaço para uma série de empresas especializadas.
Fonte: Unit (Foto: Petrobras)