O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), concedeu a prisão domiciliar a médica Daniele Barreto, presa por suspeita de envolvimento na morte do marido José Lael de Souza Rodrigues Júnior, após denúncias de abusos. Ela deixou o Presídio Feminino, em Nossa Senhora do Socorro, nesta quinta-feira (15).
Segundo a defesa da médica, o ministro decidiu pela prisão domiciliar após a apresentação de provas, como vídeos e documentos que comprovam histórico de violência doméstica, física, psicológica e sexual praticada por Lael, que era advogado criminalista, contra Daniele – relatados pela médica em carta.
“Os vídeos trazidos pela defesa poderão comprovar que a paciente foi vítima de agressão física e violência sexual. É inquestionável que a paciente passa a dispor de provas que fundamentam teses consistentes de defesa, que serão articuladas perante o Júri e por ele avaliadas”, relatou Mendes na decisão.
A defesa ainda comprovou que a família de Lael de Souza Rodrigues Júnior estaria promovendo alienação parental após expor a audiência de custódia ao filho do casal, uma criança de 10 anos, uma forma de violência psicológica que pode comprometer o desenvolvimento emocional da criança.
Ainda conforme a defesa da médica, o ministro afirmou que os elementos apontados revelam fatos que justificam a substituição da prisão preventiva por prisão domiciliar. A decisão determina monitoramento eletrônico de Daniele, comparecimento periódico em juízo e proibição de contato com outros investigados. O caso segue sob segredo de Justiça.
O crime
Segundo a Secretaria da Segurança Pública de Sergipe, o advogado criminalista José Lael de Souza Rodrigues Junior foi morto em uma ação planejada pela esposa Daniele Barreto, e por uma amiga dela. A motivação seria desconfianças sobre uma relação da esposa com pessoas próximas a ela, além de supostas questões relacionadas a valores financeiros em torno de um possível divórcio. A vítima foi morta após sair para comprar um açaí, pedido feito pela própria esposa, no dia 18 de outubro de 2024.
A defesa de Daniele tentou reverter a situação, no intuito de obter o benefício da prisão domiciliar, alegando que a médica mãe de uma criança de 10 anos e possui diversos pacientes, em estágio de pós-operatório, que dependem de suas orientações e cuidados. No entanto, a Justiça havia decidido por manter a prisão da cirurgiã.
Fonte: Portal Infonet (Foto: Rede social)