Exatos 70,9% das população terminaram o ano de 2021 com dívidas a pagar. Só o percentual de dezembro ultrapassou os 76%, o maior número desde 2010. É o que revela um levantamento divulgado em 18 de janeiro pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
Ter crédito à disposição e recorrer a ele não é o problema em si, mas sim, a perda do controle que, invariavelmente, traz preocupações e insegurança financeira. Além disso, o endividamento é o primeiro passo para a inadimplência que, nos últimos anos, também vem batendo recordes.
Segundo o estudo da CNC, no primeiro semestre do ano passado, 11,79% da renda familiar ficou comprometida apenas com o pagamento de juros. É um quadro altamente preocupante, pois os juros são o segundo maior gasto do brasileiro, perdendo apenas para o aluguel.
Falta de educação financeira
Embora os salários no Brasil sejam relativamente baixos em comparação com outros países, o maior problema dos brasileiros não é a renda em si, mas sim, a falta de educação financeira. Isso porque, se não houvesse esse endividamento a juros altos, quase 12% do orçamento poderia ser direcionado às necessidades familiares. Ou seja, se os brasileiros invertessem a ordem e passassem a receber primeiro para gastar depois, não estariam com sua renda tão comprometida.
É CNC ensina que comprar com crédito é comprometer o orçamento futuro. Quanto mais longo o parcelamento, maior é o comprometimento. Nessas horas, não podemos ser otimistas demais achando que tudo vai dar certo e que “amanhã dá-se um jeito”. Não há jeito para quem se vê às voltas com um monte de parcelas a pagar e um orçamento encurtado, a não ser amargar o pagamento de juros e mais juros. Educação financeira e responsabilidade deveriam ter vindo antes da ampla oferta de crédito.
Fonte: Portal R7