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Estrutura à prova de fogo salva larvas de insetos

Galhas queimadas durante incêndios

Um estudo encabeçado pelo professor Jean Carlos Santos, do Departamento de Ecologia da Universidade Federal de Sergipe, mostrou que estruturas criadas por insetos “galhadores” os ajudam a sobreviver durante incêndios florestais no Brasil. A pesquisa foi feita no cerrado, vegetação facilmente atingida pelo fogo, principalmente em épocas secas. O estudo foi publicado na revista científica Ecology e destacado em uma reportagem do jornal The New York Times.

A análise foi realizada após um incêndio que atingiu uma área de preservação em Minas Gerais e queimou por mais de 24 horas. Os pesquisadores analisaram 40 das estruturas criadas nas plantas pelos próprios insetos, conhecidas como ‘galhas’. “Esses insetos comem a planta e provocam uma espécie de tumor [as galhas], induzindo o crescimento vegetativo da planta, de forma a criar uma espécie de abrigo durante a fase larval”, explicou o professor Jean Carlos Santos.

As galhas das áreas queimadas estavam em uma altura atingida por calor intenso e a maioria apresentava sinais de carbonização. Entretanto, 66% das larvas abrigadas por elas sobreviveram.

De acordo com o pesquisador, após a passagem do fogo, principalmente em casos como o analisado, a impressão é de destruição total. “Quando o fogo passa, ele mata tudo. Mata os bichos que estão em cima da planta, mata um monte de organismos. Mas, com o nosso trabalho, conseguimos ver que, depois que o fogo passou, esses insetos que estavam dentro da planta, suportaram o fogo. Então, a maior parte dos insetos acabou sobrevivendo ao impacto do fogo. Isso foi bem interessante. É algo inédito”.

A pesquisa ainda questiona se os incêndios e a reincidência deles estariam modificando a forma de construir galhas, tornando-as mais espessas para garantir a sobrevivência da espécie.

“A epiderme e os tecidos da galha parecem ter um papel protetivo como isoladores contra as altas temperaturas. Queremos fazer um estudo experimental e ver essas modificações, como elas são, e quanto o inseto conseguiu modificar, especialmente em áreas, por exemplo, que talvez tenha mais incidência de fogo, se de repente a espessura dos tecidos da epiderme da galha é maior do que em áreas que não tem fogo, por exemplo”, concluiu o professor Jean Carlos.

Fonte: Ascom/UFS

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