O diretor-executivo de Marketing da Eneva, Marcelo Cruz Lopes, disse esperar que o governo federal faça o leilão de capacidade “o mais rápido possível”, como forma de antecipar futuras baixas nos reservatórios de hidrelétricas, garantindo a operação das termelétricas para o atendimento da demanda.
Segundo o diretor, a Eneva irá participar do leilão com um projeto de 1.2 GW, investimento de aproximadamente R$ 4 bilhões e demanda de 6 milhões de m³ de gás natural por dia. A empresa avalia negociar o projeto de expansão da Centrais Elétricas de Sergipe (Celse) no leilão de reserva de capacidade.
Hoje, a operação em Sergipe consiste em uma usina em operação, a Porto de Sergipe I com 1,593 GW de capacidade, com duas turbinas em ciclo combinado, interligadas ao terminal de GNL. Todos os ativos foram comprados pela Eneva da New Fortress Energy.
Investimento de R$ 340 milhões
O terminal de GNL de Sergipe está sendo conectado à malha de gasodutos da Transportadora Associada de Gás (TAG). A conexão prevê R$ 340 milhões em investimentos e vai permitir à Eneva negociar acordos flexíveis de fornecimento de gás, sobretudo para o mercado termelétrico.
A companhia já tem um primeiro contrato de longo prazo com uma termelétrica a partir de 2026, que garante a oferta de molécula nas condições demandadas pelo setor elétrico, conforme o despacho.
“Acreditamos que, pelo fato de termos a solução de suprimento associada ao navio e termos desenhado essa solução para poder vendê-la ao mercado, temos uma boa chance de nos sagrarmos vencedores e viabilizarmos o investimento adicional aqui no estado de Sergipe”, prevê Lopes.
Em 2023, apesar dos bons níveis dos reservatórios, houve grande necessidade do despacho de térmicas. Neste ano, os índices pluviométricos foram menores em várias regiões do país, o que implica na redução do nível dos reservatórios. “Se não fizer [o leilão] agora, vai haver dificuldade de atender a demanda de 2028“, estima o executivo.
Nova Lei do Gás
Marcelo Cruz Lopes considera que houve um avanço a partir da aprovação da nova Lei do Gás, em 2021, e que novos players passaram a participar da comercialização do energético. “Eu brinco que era só a Petrobras que mandava boleta no mercado de gás”. Ele pondera que, apesar dos avanços, ainda é necessário enfrentar desafios para desenvolver o mercado nacional de gás. De acordo com o executivo, a regulamentação necessária não avançou na Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
Fonte: Portal Eixos