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A banalização da arquitetura

Por Ricardo Nunes*

A Arquitetura é uma das sete artes que sustentam a vida e a alma humanas.

Ela molda o cotidiano, abriga histórias, dá forma à memória coletiva. É arte que se habita, cultura que se toca, poesia feita de espaço, luz e matéria.

Quanto prazer há em entrar numa construção criada pela harmonia geométrica, sensibilidade artística, respeito à história, diálogo com a paisagem e desejo amoroso de acolher quem a habita!

Esta é a Arquitetura que se faz arte.

Mas está cada vez mais raro encontrar novos lugares que despertem esse contentamento.
A banalização da “arquitetura” que hoje se faz — para quem conhece seu verdadeiro poder — é assustadora.

A casa, por exemplo, foi reduzida a produto, padronizada pela lógica infame do mercado. Perdeu-se a noção do que é habitar em um país tropical.

A estética que o mercado impôs — e os arquitetos repetem irrefletidamente — cria espaços sem identidade, impessoais, anônimos, banais.

A casa é feita para durar gerações. Deve ser projetada com consciência arquitetônica, para atender necessidades atemporais, e não sob imposições estéticas ditadas por modas pobres e impermanentes.

O que dirão as gerações futuras, quando sua consciência estiver mais expandida, sobre essas construções que hoje chamam de casas?

Este é um chamado à consciência — aos arquitetos, aos estudantes, a todas as pessoas. Que defendamos a Arquitetura como arte. Arte que sustenta a alma. Arte que constrói o mundo.

* É graduado em Arquitetura pela Universidade Federal de Pernambuco(1976), mestre em Desenvolvimento e Meio Ambiente pela Universidade Federal de Sergipe(2005) e especialista em Planejamento Urbano pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas(1983). 

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