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Deputada de Sergipe denuncia ameaças de morte à Polícia

A delegada Mariana Diniz (E) ouve a deputada Linda Brasil

Diante das ameaças de morte e manifestações transfóbicas sofridas de forma sistemática, a deputada estadual Linda Brasil (Psol) procurou a Polícia Civil de Sergipe para registrar notícia crime e cobrar providências. Entre os anos de 2023 e 2024, a primeira mulher trans eleita para o parlamento sergipano já recebeu ao menos três ameaças de morte e violência sexual, todas enviadas anonimamente para o e-mail institucional dela.

Em um dossiê detalhado, foram apresentadas à polícia as evidências dos ataques praticados nas redes sociais, assim como em outros canais de comunicação. De acordo com Linda Brasil, o levantamento demonstra um padrão de ofensivas que afetam parlamentares em diversas regiões do país. “Os ataques, intensificados por uma campanha orquestrada nas redes sociais, por setores da extrema direita, visam deslegitimar a atuação política de mulheres trans e travestis, assim como silenciar vozes dissidentes no campo dos direitos humanos e da diversidade”, considerou.

Mais de 120 ameaças

No documento entregue pela deputada à Delegacia de Atendimento aos Grupos Vulneráveis (DAGV), ao Ministério Público Federal (MPF/SE), ao Ministério Público Estadual (MPE/SE) e à Polícia Federal (PF), foram reunidas mais de 120 mensagens de ameaças, injúrias e discursos de ódio – com teor discriminatório e violento -, enviadas publicamente e de forma privado. A deputada apresentou Notícia Crime e requisitou a apuração formal dos fatos por parte da Polícia Federal e Polícia Civil. As mensagens violam a dignidade humana, a identidade de gênero e o exercício legítimo do mandato eletivo.

Linda Brasil destacou que o Supremo Tribunal Federal (STF) reconhece a transfobia como crime equiparado ao racismo, conforme a Lei nº 7.716/1989. “Quando me atacam e tentam me deslegitimar, não estão afetando apenas a mim, mas também o funcionamento da democracia representativa e desestimulando a participação política de outras mulheres, pessoas trans e membros da comunidade LGBTQIA+. Fui eleita democraticamente. Não vou recuar ou me silenciar. Vamos buscar todos os meios necessários para coibir esses crimes praticados de forma covarde, principalmente pela internet”, afirmou.

A equipe da parlamentar aponta que os ataques foram potencializados por vídeos recortados e divulgados fora de contexto, como parte de uma estratégia de desinformação que instiga o ódio e a violência simbólica e psicológica. “Esse tipo de prática distorce informações e incita o discurso de ódio, gerando uma onda de violência. Nenhum debate público relevante é promovido com esse tipo de conteúdo. Pelo contrário, ele alimenta a violência de gênero e compromete o ambiente democrático”, reforçou Linda.

 

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