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Em vídeo, ex-prefeito acusa André Moura de corrupção

Líder do governo na Câmara dos Deputados, o deputado federal André Moura (PSC-SE) apoderou-se de uma pequena prefeitura no interior de Sergipe para pagar despesas pessoais e agradar aliados políticos e eleitores. A revista ÉPOCA teve acesso às mais de seis horas de gravação em que o ex-prefeito de Pirambu, Juarez Batista dos Santos, detalha como se transformou no prefeito decorativo do município, que fica a 61 quilômetros de Aracaju e tem cerca de 10 mil habitantes. Moura, que já tinha sido prefeito da cidade, mantinha a estrutura da prefeitura a sua disposição e de seus familiares. “Só chegava a conta para eu pagar,” acusa o delator.

Os vídeos esmiúçam o modo de fazer política do deputado, cuja escolha para liderança chancelada pelo presidente Michel Temer foi bastante criticada, inclusive pela base aliada do governo. Réu em três ações penais no Supremo Tribunal Federal (STF), Moura também foi citado na Lava Jato.

O depoimento foi tomado pelo Ministério Público Federal em Sergipe em 2007. O ex-prefeito relata que foi “escolhido” para disputar a prefeitura em uma reunião com a família Moura, depois que os candidatos aliados foram preteridos da disputa por problemas com a Justiça Eleitoral. A decisão pegou Batista, um ex-catador de camarão, servente de pedreiro e vereador de Pirambu, de surpresa. “O candidato a prefeito todo mundo sabe que era outro,” diz ele na gravação.

Prefeito de fachada

Eleito, Batista era um “prefeito de fachada”. André Moura indicava, segundo ele, secretários, políticas de governo, contratações e, claro, ordens de pagamento. Batista teve direito a nomear um secretário em sua própria gestão à frente da prefeitura e escolheu sua esposa. O restante dos cargos foi loteado por familiares e amigos de Moura. “Ditadura. Tá aqui a lista e acabou-se.” Eram assim as nomeações na cidade, segundo o delator.

Moura também cobrava do prefeito o pagamento de uma espécie de mesada com recursos da prefeitura e o deslocamento de funcionários para a casa do parlamentar. Nomeados para ocupar cargos públicos e prestar serviço para a população, os servidores ficavam à disposição do parlamentar e de sua agenda. Os carros da prefeitura também. “De três a cinco carros à disposição do deputado e da família dele. Já tendo época que aumentava para sete a oito… Época de festa, de eleição,” conta.

A mistura do público com o privado fica ainda mais clara com as notas fiscais de mercados e restaurantes. Segundo as investigações, recursos de programas sociais, como o da merenda escolar, eram desviados para pagar bebidas alcoólicas, jantares, festas de eleitores e aliados políticos.

“Após o jogo iam para um restaurante. Tudo por conta da prefeitura”, detalha. Em uma das notas, 24 cervejas, além de refeições e celulares do parlamentar e pessoas indicadas por ele.

Na quinta-feira, ÉPOCA entrou em contato com o parlamentar. Moura disse que estava disponível para conversar, mas não atendeu os telefonemas nem respondeu as mensagens de texto depois que tomou conhecimento do assunto da reportagem.

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Fonte: Revista Época

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